Corporações de Guimarães em evidência na maior prova ibérica para bombeiros que juntou 1500 em Braga
Júlio Silva, dos Bombeiros Voluntários de Guimarães, foi 4º classificado na geral e 2º na sua categoria e Luís Filipe, do quadro de honra dos Voluntários das Taipas, provou que nem a doença o impede de cumprir a missão.
A sexta edição da prova “Escadórios da Humanidade” juntou, na manhã deste sábado, 1.562 bombeiros, no Bom Jesus, em Braga.O objetivo era subir as escadas do santuário, no menor tempo possível, com equipamento completo de combate a incêndios, incluindo a botija de oxigénio. O recorde de participações tem sido batido todos os anos e esta edição, com mais 196 inscritos que em 2023, não foi diferente. Os Bombeiros Voluntários de Caldas das Taipas (BVT) apresentaram-se com uma equipa de seis elementos, entre os quais Luís Filipe, a quem foi diagnosticado Parkinson e fibromialgia, em 2021. Já a os Bombeiros Voluntários de Guimarães (BVG) participaram com uma equipa de sete operacionais, onde se destacou Júlio Silva que chegou a ter o melhor tempo na sua categoria(5:43:300), até aparecer o “foguete” Edmilson Silva (5:30:313), do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSBL) . O lisboeta foi também o vencedor da classificação geral, já nas mulheres foi Sónia Cancela dos Voluntários da Póvoa do Varzim quem fez o melhor tempo (8:28:497).
Luís Filipe ainda não tem 50 anos, mas hoje subiu o escadório do Bom Jesus com a ajuda de uma bengala para prevenir as quedas. Ainda não há muitos anos, corria para o quartel quando ouvia a sirene dos Bombeiros Voluntários das Taipas. A vida deste bombeiro do quadro de honra da sua corporação mudou completamente quando, em 2021, se apercebeu que o corpo já não correspondia às ordens que o cérebro dava. O diagnóstico: Parkinson e fibromialgia, duas doenças que lhe limitam o movimento e lhe provocam dores constantes. Isso, contudo, não foi obstáculo para vencer os 573 degraus e os 616 metros de desnível do escadório do Bom Jesus, num tempo à volta dos 17 minutos.
O cronómetro não era o mais importante para Luís Filipe. “Quero mostrar que não me tornei um deficiente como quiseram fazer de mim”, referiu ao MG, um pouco antes de se fazer à subida. Além disso, pretendia chamar a atenção para a situação precária em que ficam os bombeiros que, em acidentes no serviço ou por doença, deixam de poder exercer. Luís Filipe era bombeiro profissional contratado pela sua corporação com um vencimento pouco acima do salário mínimo. “Se eu ganhasse o mesmo que um sapador, agora teria uma pensão melhor”, queixa-se.
Uma participação em esforço para chamar a atenção para as injustiças na profissão
O bombeiro taipense convidou o Presidente da República e o primeiro-ministro, “para poder falar com eles sobre estes assuntos”. Apesar de nenhum dos dois ter estado presente, este sábado, Luís Filipe era um homem feliz, quando chegou ao santuário debaixo de um ruidoso aplauso de milhares de colegas de profissão, familiares, amigos e admiradores. “Não se compreende que a profissão de bombeiro não seja considerada de risco e de desgaste rápido, que haja bombeiros profissionais com salários muito diferentes, só porque uns são funcionários das autarquias e outros das associações e que as pensões, para quem já não consegue trabalhar, sejam tão baixas”, ainda arranjou fôlego para dizer.
Entre a equipa dos Bombeiros Voluntários de Guimarães a manhã foi passada a olhar para o quadro das classificações. Júlio Silva partiu entre os primeiros, “para aproveitar o tempo fresco”, e colocou-se no primeiro lugar da classificação geral, onde se manteve durante bastante tempo. Acabou por ficar em 4º lugar, só superado por Edmilson Silva (RSBL), Paulo Costa, dos Sapadores de Coimbra e Daniel Fonseca, dos Voluntários de Vila Nova de Paiva. Na categoria “seniores 1”, o vimaranense ficou em 2º lugar. A melhor participante feminina dos BVG foi Catarina Cunha (9:13:353) que foi 9ª classificada na geral e 4ª em “seniores 2”.
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