Depois dos Queen, Zé Miguel vive o sonho no Rockfield Studios

Artigo publicado na edição de novembro da revista Mais Guimarães.

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Com 21 anos, Zé Miguel vive o sonho da música em Birmingham depois de, há dois anos, se ter candidato para a BIMM, em Londres. Foi precisamente na universidade que nasceram os Santù, a banda que criou, com três amigos, para uma cadeira. “Pediram-nos para criar uma banda e começar a compor juntos. Correu muito bem, passou um ano e estamos aqui”, contou à Mais Guimarães.

© Cláudia Crespo / Mais Guimarães

É difícil dizer, ao certo, quando é que a paixão da música entrou na sua vida, mas as Jam Sessions, aos 16 anos, no Tribuna, alimentaram o bichinho que já existia e levaram-no a ter aulas.

“Apesar de amar Portugal, a indústria musical é complicada aqui”. Por este motivo, e porque “o ensino musical, em Portugal, é muito direcionado para a música clássica”, Zé Miguel foi à procura de um curso “mais prático” e de um país “com mais oportunidades”.

O panorama musical português, diz, é “muito bom, mas muito vincado em géneros específicos e em rock é mais complicado porque não há tanto mercado”. Apesar de já terem atuado no Café Concerto e no European Vespa Days, um dos sonhos de Zé é trazer os Santù à sua cidade, uma vez que “Guimarães tem uma cultura musical incrível e todos os festivais que há são maravilhosos”.

© Cláudia Crespo / Mais Guimarães

Candidatou-se e entrou na BIMM, em Londres, mas o custo de vida levou-o a escolher Birmingham para viver. A família e os amigos foram uma boa base e um bom motor. “Sempre me deram apoio em tudo. Foi um bocado triste, no início, mas eu estava só com vontade de ir. Se eu não tivesse todo o apoio da minha família e amigos, teria sido muito mais difícil”, recorda.

Sempre que volta a Portugal, pelo seu estilo – que considera “irreverente” -, “há olhares”. Em Inglaterra “é muito mais fácil e há cada pessoa mais diferente… É incrível”.

Recentemente, os Santù lançaram “Scream”, uma música que tem “sempre dificuldade em descrever”, mas que chegaram à conclusão de que “é sobre alguém que nos faz gritar de tão descontentes que estamos”.

“Em Inglaterra, eu estou a tocar para pessoas que não conheço”, lembrou. Apesar da pressão, atuar aqui foi “muito bom” e a sensação de voltar, depois de todo o percurso e ver os seus amigos e toda a gente que o influenciou é indiscritível. E se “casa é Guimarães”, a nível de gostar de viver gosta mais de viver em Inglaterra. “Não planeio voltar para cá”, afirmou.

“Ficar confortável é a pior coisa de sempre.”

Zé Miguel

“Scream” antecipa um EP e o próximo single sairá no final de novembro, tendo sido gravado, há pouco tempo, em Gales. Nessas gravações, confessou-nos, há histórias que ficaram guardadas para sempre. “Foi gravada no Rockfield Studios”, disse à Mais Guimarães lembrando que grande parte da Bohemian Rhapsody, dos Queen, foi ali gravada. “Toquei no piano que o Freddie Mercury tocou. Os Black Sabbath também gravaram o primeiro disco lá, os Coldplay… Estar lá, naquele momento, foi inacreditável!”, frisou.

© Cláudia Crespo / Mais Guimarães

Sentado naquele piano, pensou: “eu não sei tocar piano”. Uma sensação que considera “inexplicável” porque, há uns anos, estava em Guimarães, a pensar ir para Inglaterra. Agora, passado três anos, esteve no Rockfield Studios a gravar com a sua própria banda.

Neste momento, está a focar-se muito nos Santù, mas, à Mais Guimarães, levantou o véu sobre o seu percurso a solo. Já gravou uma música e está a planear lançá-la daqui a uns meses. No terceiro ano do curso, aliás, há um projeto final e vai apresentar o seu projeto a solo. Há “muita curiosidade de escrever em português, até porque é uma língua tão bonita…”.

Àqueles que querem começar no mundo da música, mas ainda têm algum medo, Zé Miguel não tem dúvidas sobre que mensagem deixar: “não se conformem. É a pior coisa que uma pessoa pode fazer. Pode parecer difícil – e é -, porque as coisas demoram algum tempo até acontecer, mas ficar confortável é a pior coisa de sempre”, garantiu lembrando que, apesar de “bom”, a longo prazo, conformar-se “não nos vai levar a lado nenhum”.

© Cláudia Crespo / Mais Guimarães

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