Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza: Em sete anos, preço das casas disparou 90%
No âmbito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, celebrado nesta terça-feira, dia 17 de outubro, a Pordata divulgou vários dados que retratam a pobreza em Portugal.
De acordo com os dados da Pordata, uma base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, em 2022, o preço das casas aumentou 90% em relação a 2015, enquanto que os salários portugueses aumentaram apenas 20%. Este crescimento coloca Portugal no top-4 de países da União Europeia com o maior aumento no preço das casas. No topo encontra-se a Hungria, Chéquia, Lituânia e Luxemburgo. O valor deste crescimento está muito acima da média da UE, que se situa nos 48%.
Além disso, os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que os preços das casas aumentaram 99% no primeiro trimestre de 2022 em relação a 2015. Já o segundo semestre apresentou um crescimento de 105%, ou seja, mais do sobro dos preços registados em 2015.
A análise da Pordata reporta também que o preço das rendas cresceu 15,8% face a 2015, colocando Portugal como o 12.º país com a maior subida da UE.
Em 2022, quase um terço dos moradores (29,4%) encontravam-se em situação de sobrecarga financeira com as despesas com a habitação. Segundo o relatório, pelo menos 40% do rendimento servia para suportar os custos das rendas. De forma de comparação, a média da UE aponta que 21% dos moradores europeus sofriam com a sobrecarga financeira das habitações em 2022.
Ainda na vertente habitacional, a Pordata identifica que 29,9% das famílias não consegue responder a despesas inesperadas. Além disso, 6,1% da população tem pagamentos de rendas, prestações ou créditos da casa atrasados.
Em 2022, marcado pela guerra na Ucrânia, assistiu-se à taxa de inflação mais elevada dos últimos 30 anos, de 7,8. Em 1992, esse valor correspondia a 9,6%. Recorde-se, também, que o ponto mais alto da inflação foi registado em 1984, com 28,5%.
No que concerne à inflação, o relatório da Pordata também dá conta que Portugal foi o 11.º país da UE que registou o maior crescimento nos produtos alimentares em 2022. O maior aumento nos bens essenciais foi assinalado nos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas, com uma taxa de inflação de 13%. De destacar, ainda, a subida nos valores dos óleos e gorduras (32,5%) e da carne (15,5%).
Depois dos bens alimentares, seguem-se os custos com os serviços habitacionais, com o crescimento dos preços do aquecimento(42,3%), do gás (39,2%) e da eletricidade (22,2%). Depois, surgem os restaurantes e hotéis, com um crescimento de 11,7%.
Em 2021, mais de um terço das famílias (36%) viviam, no máximo, com 833 euros brutos mensais, segundo as declarações do IRS entregues pelos agregados familiares. Além disso, se for acrescentado o escalão de rendimentos seguinte, a Pordata concluiu que mais de metade das declarações (53%) correspondiam a rendimentos até aos 1.125€ brutos mensais.
De salientar que, em 2021, 1,7 milhões de habitantes em Portugal viviam com rendimentos mensais inferiores a 551 euros, o que as colocava em risco de pobreza, segundo o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR). O relatório da Pordata indica ainda que 18,5% das crianças e jovens viviam em situação de pobreza no ano de 2021, enquanto que, entre os cidadãos com 65 ou mais anos, 17% as pessoas se encontravam em situação de pobreza.
A investigação dá conta que, no salário mínimo nacional atual, de 760 euros, o poder de compra baixou para os 678 euros. Em setembro de 2023, os produtos do cabaz de compra estiveram 12,2% mais caro do que no início do ano de 2022.
Os dados da Pordata revelam também que mais de metade das despesas das famílias (54%) destinaram-se, em 2021, à aquisição de bens essenciais: alimentação (21%), habitação (19%) e transportes (14%). Apesar da pandemia, o consumo das famílias manteve-se estável. O relatório destaca também o valor recorde nas despesas em saúde, em que as famílias gastaram 6% do seu rendimento em 2021.
Por fim, o relatório da plataforma retrata que, em 2021, Portugal foi o quarto país da UE onde o maior valor de rendimentos é relativo a 20% da população mais rica, com um peso bruto de 40,5%. Os 20% mais ricos receberam 3,5 vezes mais que os 20% mais pobres. A 20% de população mais pobre atribui-se, em Portugal, 7,9% do rendimento disponível.
PUBLICIDADE
Partilhar
PUBLICIDADE
JORNAL
MAIS EM GUIMARÃES
Dezembro 26, 2024
Daniel Sousa foi apresentado por António Miguel Cardoso em conferência de imprensa nesta quinta-feira, 26 de dezembro, no auditório do estádio D. Afonso Henriques. O novo técnico da equipa principal assina um contrato de um ano e meio. Daniel Sousa já orientou a equipa no treino da tarde, de preparação para o último jogo do ano, no Algarve, frente ao Farense. O encontro está agendado para domingo pelas 15h30.
Dezembro 26, 2024
“Ficámos contentes por conseguir corresponder às expetativas das pessoas”, disse o presidente da Junta ao Mais Guimarães, referindo que, na realidade, “esta agregação, em termos de comunhão e partilha entre as pessoas, não existiu, não houve a verdadeira agregação entre os povos”. Tiago Rodrigues comentou a desagregação da sua União de Freguesias, que acontecerá nas próximas eleições autárquicas, em setembro ou outubro de 2025.
Dezembro 26, 2024
Em Guimarães, seis Uniões de Freguesia, juntas desde 2013, vão desagregar-se no próximo ano, nas eleições autárquicas. O Mais Guimarães recolheu a reação dos autarcas.