Estratégia do Hospital de Guimarães reduz em 70% a necessidade de cuidados intensivos

O HSOG criou uma unidade intermédia para doentes covid.

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Estratégia clínica do Hospital Senhora da Oliveira reduz em 70% a necessidade dos pacientes covid graves ocuparem camas de Cuidados Intensivos.


Na cadeia de tratamento diferenciado dos pacientes infetados pelo SARS-CoV-2 e face à progressão da incidência da doença no nosso país, assistimos a um progressivo esgotamento dos recursos de camas de Nível III (Cuidados Intensivos) para suportar pacientes com necessidade de ventilação mecânica. Para tornar mais eficiente o tratamento dos pacientes graves com covid-19 e otimizar a utilização das camas de Cuidados Intensivos (reservando-as apenas para utilização naqueles pacientes graves com necessidade de ventilação mecânica), o HSOG aproveitou a capacidade, conhecimento e experiência instaladas em ventilação não invasiva, de médicos de outras Especialidades Médicas do Hospital, para estabelecer uma estrutura integrada e diferenciada de tratamento dos pacientes com covid-19 mais graves.

Foi criada uma estrutura de tratamento destes pacientes mais graves e
complexos, num sistema de vasos comunicantes, sob coordenação do Serviço de Medicina Interna. Essa estrutura inclui dois níveis de cuidados diferenciados onde os pacientes são colocados de acordo com a sua severidade.

Uma Enfermaria Avançada de 14 camas, dentro do Serviço de Medicina Interna, onde são tratados todos os pacientes que estão a necessitar de quantidades elevadas de oxigénio, ou que iniciam ventilação não invasiva (VNI), mantendo assim a sua capacidade de oxigenação preservada e estabilidade após o início destes tratamentos. Nesta Enfermaria, otimiza-se o tratamento médico, suporte de oxigenioterapia e VNI.

Aqueles que não respondem a estas medidas, necessitarão de uma abordagem mais agressiva e monitorização mais apertada, altura em que são transitados para a Unidade Intermédia COVID.

Uma Unidade Intermédia Covid, com 8 camas (situada no piso 2, entre o Serviço de Urgência e a Unidade de Cuidados Intensivos). Articula-se com a Enfermaria Avançada, o Serviço de Urgência e com a Unidade de Cuidados Intensivos. Nesta unidade é possível fazer a telemonitorização de todos os pacientes. A coordenação está a cargo do Serviço de Medicina Interna, contando com apoio de três médicos de Pneumologia.

Aqui são colocados os pacientes que apesar das medidas instituídas, registam progressão da sua insuficiência respiratória ou que apresentam instabilidade clínica com potencial rápido de progressão para a necessidade de ventilação mecânica. Nesta unidade existem equipamentos e modalidades de ventilação não invasiva, incluindo oxigenoterapia de alto fluxo (ONAF).

Tendo iniciado o seu funcionamento após o início da segunda onda pandémica em outubro de 2020, houve longos períodos (em especial nos meses de Novembro e Dezembro) em que toda esta capacidade articulada estava com utilização máxima (22 pacientes sob VNI/ONAF).

Numa análise preliminar, aos primeiros 110 doentes que foram alocados à Unidade Intermédia covid, 10% dos pacientes faleceram, 17% tiveram necessidade de ser admitidos nos cuidados intensivos e 70% dos pacientes, com manifestações de gravidade extrema de covid-19, evitaram de progredir para ventilação mecânica em cuidados intensivos.

A existência desta estrutura no Hospital de Senhora da Oliveira Guimarães, com capacidade limitada de camas para ventilação mecânica e de profissionais de saúde, que permitiu alargar significativamente a capacidade de tratamento de doentes graves. Permitiu tratar melhor os pacientes, evitar a progressão para ventilação mecânica e, ao mesmo tempo, manter a disponibilidade de camas de cuidados intensivos para aqueles que de outra forma não sobreviveriam – evitando a lotação total dos cuidados intensivos e, consequentemente, a necessidade de decisões ética e emocionalmente penosas para os médicos e prejudiciais para os pacientes.

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