O estudo Estratégia Turística 2019/2020 foi apresentado na última terça-feira no Instituto de Design de Guimarães. Três programas, 12 projetos e 48 subprojetos são a aposta para captar mais turistas.
É o início de uma “nova fase” para o turismo em Guimarães. Pelo menos foi o que assegurou Sofia Ferreira. A vereadora vimaranense abriu, na última terça-feira, a apresentação do estudo Estratégia Turística 2019/2020 do Município, desenhada pela Câmara Municipal de Guimarães, com o apoio técnico especializado da empresa Bloom Consulting.
Filipe Roquette, representando a empresa, começou por identificar alguns dos obstáculos que travam a evolução de Guimarães de local de “turismo de passagem” para cidade de permanência alongada.
Como? Através da “garra vimaranense”. Essa parece ser a fórmula encontrada pela Bloom Consulting para contornar algumas das ideias e perceções sobre a cidade berço: apesar da nota positiva na avaliação geral (8,5 em 10 valores), Guimarães não convence por ser “uma experiência única”, para além de outros problemas identificados. A “concentração no centro da cidade” e a perda de notoriedade junto dos “mais jovens” também surgem como obstáculos a ultrapassar. Acrescente-se ainda o facto de a cidade não obter um alto nível de reconhecimento fora de Portugal, apesar dos valores quase perfeitos a nível nacional — o reconhecimento da cidade no país anda perto dos 100%.
Para inverter os dados recolhidos, Filipe Roquette apresentou três programas principais ( que agregam um total de 12 projetos e 48 subprojetos) para posicionar a marca Guimarães nesta nova fase de captação de turismo.
A “imersão no espírito vimaranense”
O primeiro, o “Programa Identitário”, apresenta propostas para desenvolver, ampliar e disseminar a “garra” vimaranense. O representante da Bloom Consulting destacou, dentro do programa, a criação de um “cartão de sócio” para todos os residentes de Guimarães, “com regalias e obrigações”, e de um “kit de sobrevivência” que serve de cartão de apresentação para quem desconhecer a cidade, com dados, histórias e produtos típicos do concelho.
Relativamente ao segundo programa, o da “Valorização Territorial”, Filipe Roquette destacou a coesão de todo o território concelhio. Os subprojetos do ponto “Território Unificado” contemplam a uniformização da sinalética, por exemplo, ou o festival das freguesias. A sustentabilidade também marca presença através do projeto “Guimarães Verde”, do qual se destaca a transformação do centro histórico num espaço “mais ciclável e pedonal”. A linha orientadora de todo o estudo, a “Garra no Território”, encontra-se neste segundo programa e propõe a criação de um posto turístico no aeroporto do Porto.
Por último, o programa “Conhecer Guimarães” prima diferenciar as visitas ao território, “humanizando-as” e fazendo valer a cidade pelas pessoas e não só pelos monumentos. A “ligação” entre a cidade e o turista “não se pode perder”: é importante “que volte” ou que “faça voltar”, funcionando com uma espécie de “embaixador” de Guimarães no exterior. Filipe Roquete frisou a importância que a “imersão no espírito vimaranense” tem na captação de turistas, sendo o “bairrismo”, por exemplo, um dos pontos diferenciadores da cidade.
Domingos Bragança sublinhou a importância de se contagiar os turistas “com a forma única” de receber em Guimarães. “Mastambém com o espírito de união que nos leva a defender o que é nosso, que é o território que desde pequenos nos ensinaram a amar e do qual nos orgulhamos”, disse o Presidente da Câmara Municipal de Guimarães.
Sofia Ferreira indicou, no início do evento, alguns dados: em julho e agosto de 2019, houve “uma subida de 42% de visitas ao posto de turismo” em relação ao período homólogo do ano passado. As taxas de ocupação foram 7% superiores face aos números de 2012, o ano de “referência” para a cidade. A vereadora frisou que o turismo na cidade “deve crescer bem e com qualidade”, apontando ainda Guimarães como “destino turístico sustentável”.