Fernando Capela Miguel distinguido pelo Rotary Club de Guimarães
A homenagem rotária aconteceu na Pousada de Santa Marinha da Costa, e juntou rotários de clubes da região. Este ano, o Rotary Club de Guimarães decidiu elevar e homenagear a cultura e Capela Miguel foi o Profissional do Ano.

“É um profissional cuja dedicação, integridade e o contributo que ele dá à nossa sociedade, são verdadeiramente inspiradores. E é um homem da cultura”, justificou, à Mais Guimarães, António Lopes, responsável pela Avenida Serviços Profissionais do Rotary Club de Guimarães, atualmente presidido por Fabrice Lachize.
Sendo um dos princípios fundamentais de Rotary o reconhecimento do mérito e da excelência profissional, este ano o movimento decidiu distinguir a arte e a cultura. “Fernando Capela Miguel, que ainda tem outros nomes, foi o homem que nos pareceu ser a pessoa mais indicada, apesar de existirem muitos outros que merecem também uma homenagem”, acrescentou.
Disse António Lopes que em Guimarães existem muitos empresários de mérito, “de muito gabarito, mas os mesmos méritos também têm outros profissionais de outras áreas que merecem o mesmo destaque e reconhecimento, os alfaiates, os carpinteiros e por aí fora”. E como se define Capela Miguel? “É um emblema da cidade, um homem que se consegue ver nas paredes e nos muros da cidade, achei que estava na hora de virarmos para outra vertente e entrarmos pelo lado da cultura e fomos buscar este homem. Se fosse a descrevê-lo, não teríamos tempo. Mas penso que Guimarães lhe deve muito e nós, como movimento rotário, temos de estar atentos a pessoas como o Capela Miguel”, afirmou António Lopes.

© Rotary Club de Guimarães
Para quem conhece Capela Miguel, homem simples e com pouco filtro, diz o que pensa, sabe que recebeu a notícia da homenagem de bom grado. “Mas numa primeira abordagem ficou ali a vacilar, mas como é um homem sem papas na língua, diz logo tudo o que pensa, aceitou e aceitou de bom grado”, confirmou António Lopes.
Foi uma noite de emoções na Pousada de Santa Marinha da Costa, não só pela homenagem ao profissional, mas também pelas comemorações dos 120 anos de Rotary Internacional.
Um contador de histórias e o teatro, o sangue que lhe corre nas veias
Fernando Manuel da Silva Capela Miguel, nascido em Portimão, a 21 de agosto de 1954.
É professor e gestor do “Não importa onde nascemos, mas as obras que fazemos”. É a frase que o “Sanchinho”, filho de D. Afonso Henriques, diz ao pai, quando este, numa crise de identidade, sofre por não saber onde nasceu. É o final de uma peça que o Bando do Gil, do qual Capela Miguel faz parte e é fundador, interpreta. Mas podia bem servir para falar deste homem do Teatro.
Foi nascer ao Algarve porque o avô materno sonhava com um neto. Uma velha vendedora de rua vaticinou que a criança seria de sexo masculino e quando as dores de parto chegaram à mãe de Capela Miguel, “ala que se faz tarde” para o Algarve para cumprir o desiderato do avô. Foi chegar lá e dar à luz. Uns dias mais tarde voltou e ficou em Guimarães.

© Rotary Club de Guimarães
Foi nesta cidade que cresceu e aprendeu. Aqui “escolheu os seus mestres”, como o Santos Simões ou o Emídio Guerreiro, de quem bebeu conhecimento. Antes disso, nas férias grandes, quando estudava animação educativa e teatro para a infância, aos 22 anos, ainda foi a Paris aprender dança e teatro, em 1976. Define-se como um contador de histórias. É aí que entra o teatro, o sangue que lhe corre nas veias.
Foi um percurso de vida dedicado ao associativismo e movimentos culturais da cidade. Escritor e dramaturgo, na biografia publicada nos seus livros podemos ler um resumo quase estéril: “Fernando Capela Miguel, professor do primeiro ciclo básico. Licenciado em Educação Comunitária e pós-graduado em Património Cultural e Turismo. Gestor e animador cultural. Colaborador da imprensa regional, foi diretor do semanário O Povo de Guimarães, durante quatro anos. Tem várias publicações editadas e foi dirigente de várias instituições da região de Guimarães”.

© João Bastos/ Mais Guimarães
Olhar sempre crítico, nunca convencional. Não pretende despertar simpatias e conhecemo-lo pelo inconformismo, pelas frases incómodas que atira e que nos fazem pensar. Assim é Capela Miguel, que pegou no seu Bando do Gil, e dinamiza agora – como tantas vezes fez, multiplicar o teatro por pessoas normais que se transformam em atores extraordinários – um grupo de teatro em Nespereira, onde ainda neste mês de março se evocou de novo a vida e a obra de Raul Brandão. Escritor português, referência máxima no pensamento de Capela Miguel, viveu na freguesia vimaranense.
Não para Capela Miguel.
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