Foco e pés no chão
Leandro Gomes, campeão da Europa e do Mundo de MMA na categoria de amadores, teve uma estreia vitoriosa na categoria de profissionais, vencendo por KO no combate realizado em Abu Dhabi.

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Leandro Gomes, campeão da Europa e do Mundo de MMA (mixed martial arts) na categoria de amadores, teve uma estreia vitoriosa na categoria de profissionais, vencendo por KO no combate realizado em Abu Dhabi.

The Machine Jr., como é conhecido, tem 18 anos e um currículo invejável. Tem um “carinho por todos” os títulos, fruto de “muito trabalho e muito esforço”. Em Abu Dhabi, “a capital do MMA neste momento”, a sensação foi especial. Foi o primeiro combate profissional, “foi incrível e ganhei da melhor forma possível”, recorda.
Campeão mundial de MMA com apenas 17 anos, garante que não se deixou iludir. “Não foi nada comparado” com o que Leandro quer, “foi apenas uma prova de que estava no bom caminho”.
Além do trabalho árduo, agradece ao padrasto, a quem chama de pai. Rafael Silva é ainda o seu treinador na RSTeam, ajudou Leandro a crescer “enquanto homem e atleta”. É a ele que deve o gosto pelos desportos de combate. Quando se conheceram, brincavam “de luta” e, por isso, a paixão foi crescendo. Não imaginava que ia correr tão bem, mas desde a primeira vez que viu combates, “quis entrar no ringue, também quis lutar”, conta.

“Foco e manter os pés no chão”, o conselho que nunca esquece e também o conselho que deixa a quem tem um sonho semelhante. “É o mais importante. Independentemente de onde estejamos, de onde vamos lutar, de como ou onde ganhamos, de quem está a ver, temos de estar sempre com os pés no chão”.
Um tabu que precisa de ser quebrado
“Muita gente pensa que nós somos muito agressivos”, desabafa o atleta. Um desporto que ainda não tem muito reconhecimento em Portugal. “Tem que se quebrar esse tabu”. Leandro conta que tem uma boa relação com os seus adversários e colegas de equipa. “Existe muito respeito neste desporto, ao contrário do que as pessoas pensam. Os treinos não são combates.”

Leandro Gomes estuda Línguas e Humanidades na Escola Secundária Martins Sarmento, e o seu dia-a-dia é “casa, escola, treino”. A pandemia prejudicou a parte social, mas a rotina de treinos manteve-se.
A viver em Guimarães desde os 13 anos, já sente que nasceu aqui. A cidade deu-lhe “bastante apoio” e sente que Guimarães é a sua casa. “Tem sido incrível”, afirmou dizendo que não tenciona sair. “Se não sair de Portugal, não saio de Guimarães. Guimarães vai ser sempre a minha cidade e quero ficar aqui e construir tudo aqui.”





