GUIdance 2025 mais internacional com foco no flamenco e na “Outralidade”
Será uma edição especial do GUIdance, até porque 2025 é o ano em que o Centro Cultural Vila Flor (CCVF) assinala a passagem do seu 20º aniversário.

A programação foi apresentada terça-feira, dia 10, e se em 2024 se destacou a “Humanidade”, em 2025 abordar-se-á a “Outralidade”. “Gostamos de inventar palavras para coisas que sentimos e, nesta edição, tentámos puxar pelas palavras criando esta nova, a “Outralidade”, que inclui todas as forças humanas e pós-humanas”, explicou Rui Torrinha, diretor artístico do CCVF e Artes Performativas d’A Oficina. “A “Outralidade” surge na oportunidade de nos descobrirmos a partir do outro, que pode ser o ser humano, mas também a relação com a natureza”, acrescentou.
Serão duas semanas de espetáculos, de 06 a 15 de fevereiro, com várias estreias nacionais e absolutas, conversas, masterclasses, debates, sessões de cinema, visitas às escolas, ensaios abertos, performances no museu e encontros com a comunidade.
O evento, que acontece em vários espaços da cidade, contempla em 2025 o CIAJG, e vai incluir um foco em Espanha, com as presenças de vários protagonistas da “nova era” do flamenco, como Rocío Molina, com “Al Fondo Riela (Lo Otro Del Uno)” (dia 06), La Chachi com Lola Dolores em “Taranto Aleatorio” (dia 07), e “A Sagração da Primavera”, de Israel Galván (dia 15).
“São três peças que abordam o flamenco numa perspetiva quase punk. É importante para o festival pensar sobre as tradições e como é que elas se desenvolvem e trazem, a partir dessa essência, um lugar na contemporaneidade”, afirmou Rui Torrinha.
O diretor do festival referiu ainda que a 14ª edição do GUIdance é “um pouco sulista”, pela presença de figuras de Espanha, Itália e Portugal na programação, como a coreógrafa italiana Silvia Gribaudi, que leva ao Centro Cultural Vila Flor “Graces” (dia 08), inspirado em “As Três Graças” de Antonio Canova, do começo do século XIX.
O festival vai mostrar também outros novos talentos europeus, no âmbito da plataforma Aerowaves, como o solo de Habib Ben Tafous “Here, I bequeath what doesn’t belong to me”, uma reflexão do artista sobre a sua vida enquanto homem nascido nos subúrbios de Paris, filho de pais tunisinos e crescido em Bruxelas.
Rui Torrinha frisou ainda os debates, a colaboração com o Cineclube de Guimarães e as visitas às escolas, assim como a iniciativa “Bailar fora de casa”, que consiste em danças em pontos da cidade com alguns artistas do festival.
Proximidade com a comunidade imigrante e com as escolas
Rui Torrinha voltou a frisar a multiculturalidade existente na cidade e no concelho, daí que a meta seja chegar a todos, através da programação, neste caso, do GUIdance. Por isso, explicou Francisco Neves, da equipa de Educação e Mediação Cultural d’A Oficina, deu conta da visita de quatro embaixadores de dança a quatro escolas secundárias do concelho. “Vamos ter países representados nas nossas escolas e as turmas são depois convidadas a assistirem aos espetáculos e o resultado é incrível”. Além disso, haverá iniciativas com imigrantes que se encontram a aprender a língua portuguesa.
A relação com a comunidade, no sentido de estreitar caminhos e de a motivar para as artes, é um dos objetivos assumidos no GUIdance. Exemplo disso são o “Bailar fora de casa” e os ensaios abertos, onde escolas de dança do concelho são convidadas a assistir.
Paulo Lopes Silva, presidente da direção d’A Oficina, destacou, na sua intervenção, isso mesmo, isto é, a importância de relação com a comunidade, salientando, no entanto, a necessidade que existe de haver também uma resposta por parte dela para com o que se promove.
“O GUIdance é já o festival de dança contemporânea do país, na última edição, tivemos já muitas salas esgotadas. Temos o exemplo de Victor Hugo Pontes, artista que iniciou aqui e que hoje é uma referência. E tudo isso são indicadores de que o GUIdance está muito bem implementado e que tem resultados”, disse.

©Direitos Reservados
PROGRAMA
Quinta 06 fevereiro
19h00
Local a anunciar brevemente
Bailar Fora de Casa
21h30
CCVF / Grande Auditório Francisca Abreu
Rocío Molina
Al fondo riela (Lo Otro del Uno)
ESTREIA NACIONAL
CCVF / Foyer do Grande Auditório Francisca Abreu
Talk com Rocío Molina
Após o espetáculo Al fondo riela (Lo Otro del Uno)
Sexta-feira 07 fevereiro, 10h10
Escolas Secundária do concelho de Guimarães
Embaixada da dança
María del Mar Suárez, La Chachi
Silvia Gribaudi
CCVF / Sala de ensaios
Masterclass Silvia Gribaudi
21h30 – Teatro Jordão / Auditório
María del Mar Suárez, La Chachi
Taranto Aleatorio
Foyer do Teatro Jordão
Talk com María del Mar Suárez, La Chachi
Após o espetáculo “Taranto Aleatorio”
Sábado 08 fevereiro, 15h00
CIAJG / Piso -1
Debate Outralidade – regenerar, cuidar, sentir e especular com a vizinhança
Moderação Claudia Galhós
18h30 – CIAJG / Black Box
Vera Mantero & Susana Santos Silva
ESTREIA ABSOLUTA
ZONA FRANCA
21h30- CCVF / Grande Auditório Francisca Abreu
Silvia Gribaudi
Graces
ESTREIA NACIONAL
Domingo 09 fevereiro, 16h00
CCVF / Pequeno Auditório
Marta Cerqueira
SubLinhar
MEDIAÇÃO CULTURAL
21h15– CCVF / Pequeno Auditório
Cinema
Pina Bausch – Lissabon Wuppertal Lisboa (1998), de Fernando Lopes
Em parceria com Cineclube de Guimarães

© Direitos Reservados
Terça 11 fevereiro, 19h00
Centro de Formação
Embaixada da dança
Clara Andermatt
21h15 – CCVF / Pequeno Auditório
Cinema
O Lago dos Cisnes (2023), de Chelsea McMullan
Em parceria com Cineclube de Guimarães
Quarta 12 fevereiro, 10h10
Escola Secundária do concelho de Guimarães
Embaixada da dança
Clara Andermatt
CCVF / Grande Auditório
Ensaio Aberto para escolas “Sensorianas”
Clara Andermatt
Quinta 13 fevereiro, 21h30
CCVF / Grande Auditório Francisca Abreu
Clara Andermatt
Sensorianas
CCVF / Foyer do Grande Auditório Francisca Abreu
Talk com Clara Andermatt
Após o espetáculo “Sensorianas”

© Direitos Reservados
Sexta 14 fevereiro, 10h10
Escola Secundária do concelho de Guimarães
Embaixada da dança
Israel Galván
18h30 – CCVF / Sala de ensaios
Masterclass intérprete da Cia Clara Andermatt
21h30 – Teatro Jordão / Auditório
Habib Ben Tanfous
Here, I bequeath what doesn’t belong to me
ESTREIA NACIONAL
Sábado 11 fevereiro, 15h00
CIAJG / Piso -1
Debate Outralidade – regenerar, cuidar, sentir e especular com a vizinhança
Moderação Claudia Galhós
16h30-18h00 – CIAJG / Piso -1
Museu GUIdance
Performance de Teresa Silva, com diagramas de Ricardo Basbaum
No âmbito da exposição “Chão”
18h30 – CIAJG / Black Box
Benjamin Kahn
«Bless the Sound that Saved a Witch Like Me»
ESTREIA NACIONAL
21h30 – CCVF / Grande Auditório Francisca Abreu
Israel Galván
La Consagración de la Primavera
ESTREIA NACIONAL
CCVF / Foyer do Grande Auditório Francisca Abreu
Talk com Israel Galván
Após o espetáculo “La Consagración de la Primavera”
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