GUIdance: A experiência de uma noite onde podemos ser nós

Fomos a palco. Alfredo Martins apresentou "Silent Disco" na 12.ª edição do GUIdance e quis mostrar o potencial de uma silent party. Mas não só.

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Fomos a palco. Alfredo Martins apresentou “Silent Disco” na 12.ª edição do GUIdance e quis mostrar o potencial de uma silent party. Mas não só.

© Paulo Pacheco

Foram apenas 40 pessoas que puderam participar neste espetáculo imersivo e subiram ao palco do pequeno auditório do Centro Cultural Vila Flor. Consigo, levaram dois autocolantes, uma pastilha e uns headphones. Durante todo o espetáculo, ouvimos música em colunas externas e nos headphones, onde ouvimos também um guia. “Vens aqui regularmente? Vai ser uma grande noite. O teu lugar é aqui. Não te sentes livre? Blindado contra o mundo exterior? Não sentes que tens algo a dizer? Consegues dançar até à revolução?”

Duas versões levam a que o público, por vezes, tenha reações diferentes. Uns dançam, outros ouvem, atentamente, um poema. Afinal, o conceito das tradicionais silent parties ainda não está 100% descoberto. Mas “dá-me a tua mão”, vamos dançar. “Agora dança”.

Uma “comunidade temporária”. É assim que se explica, na sinopse, parte do objetivo do espetáculo. Arriscamo-nos a acrescentar: uma comunidade temporária para te sentires tu próprio e te sentires livre. Em momento algum serás obrigado a fazer alguma coisa. O público pode só sentar-se e observar. Pode só ouvir. Pode dançar. Pode tirar alguma peça de roupa. O público pode ser livre. “Nada será feito sem o teu consentimento”.

© Paulo Pacheco

Este espectáculo procura especular, explicam Alfredo Martins e Marco da Silva Ferreira, “sobre a natureza do clubbing como um ato de resistência, capaz de reconfigurar formas de reflexividade, afetividade e corporalidade. Identidades espetaculares, sexualidades múltiplas, consumos hedonistas, fisicalidade crua – poderão estes constituir-se como práticas políticas de resistência?”.

As luzes que iluminam mas, ao mesmo tempo, criam a escuridão. A escuridão que nos deixa ser livres. E somos livres. Podemos dançar como queremos. E todos o sabemos fazer.

Numa performance em que nos libertamos, o bailarino, Lewis Seivwright, torna-se quase um de nós. Como se connosco interagisse. Depois, sobe para aquela que poderia ser uma mesa de DJ. E dança. Dando-nos mais liberdade e lembrando-nos que os preconceitos estão apenas na nossa cabeça.

Depois um plástico. Um sufoco que te liberta.

“Já acabou? Achas que já acabou?”. Não sabemos se acabou. Podemos continuar esta festa em qualquer lado. Basta sermos nós.

© Paulo Pacheco

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