Investigador da UMinho vence bolsa de um milhão de euros com projeto sobre lesões da espinal medula

Nuno Silva, investigador do Instituto de Investigação em​ Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina (EMed) foi um dos investigadores portugueses a vencer o prémio CaixaResearch de Investigação em Saúde 2023, iniciativa promovida pela Fundação “la Caixa” que teve lugar em Barcelona.

© Uminho

O investigador minhoto garantiu o prémio de cerca de um milhão de euros com um projeto sobre lesões da espinal medula que baseia na criação de um novo dispositivo e tratamento de forma a regenerar o tecido nervoso levando a ganhos funcionais.

Este projeto tem a colaboração do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL) o que possibilita a interação entre especialistas em biologia e tecnologia numa área onde “será possível impulsionar a inovação e o desenvolvimento de soluções avançadas para a regeneração de lesões da espinal medula”, adianta a academia minhota.

“Uma lesão na espinal medula pode, por exemplo, acontecer devido a um acidente de carro ou até num mergulho para uma zona com pouca profundidade, onde o osso da coluna vertebral se parte e vai esmagar a espinal medula. Uma das consequências deste tipo de lesões é que a informação gerada no nosso cérebro não será transmitida eficazmente pela espinal medula, logo, a informação ficará retida na zona da lesão e, como tal, torna-se impossível que os músculos do nosso corpo receberem “as ordens” para andar”, começou por explicar o investigador.

“Todos os nossos órgãos situados abaixo do nível da lesão são também afetados podendo, por exemplo, levar à incapacidade de controlar órgãos como a bexiga ou o intestino”, sublinhou Nuno Silva que frisou que todo o trabalho da sua equipa “se focou nesta problemática irá desde perceber porque é que não há uma regeneração da medula após estas lesões, até ao desenvolvimento de novos tratamentos, como é o exemplo deste projeto que visa desenvolver um dispositivo que vai combinar várias terapias”.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, anualmente, se registem entre 40 e 80 casos de lesões da espinal medula por um milhão de habitantes.

Embora a taxa de sobrevivência destas pessoas tenha aumentado de forma significativa nas últimas décadas, este tipo de lesão continua a provocar perturbações neurológicas com enormes repercussões na vida dos indivíduos afetados.

Embora existam alguns tratamentos que permitem a recuperação parcial das funções neuronais, tirando partido de uma propriedade intrínseca do sistema nervoso central denominada neuroplasticidade, nenhum deles consegue atualmente reparar totalmente as áreas danificadas.

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