Irmandade de São Crispim será condecorada pelo Presidente da República com a Medalha de Mérito Social

A Irmandade de São Crispim e São Crispiniano vai ser condecorada pelo Presidente da República com a Medalha de Mérito Social, numa cerimónia marcada para o próximo dia 30 de dezembro, às 17h00, no Palácio de Belém, em Lisboa.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

O anúncio foi feito na noite de Natal por Ricardo Araújo, presidente da Câmara Municipal de Guimarães, durante o tradicional jantar solidário promovido pela Irmandade, uma iniciativa que se realiza ininterruptamente desde 1315, há cerca de 710 anos, e que continua a reunir à mesa dezenas de pessoas em situação de maior vulnerabilidade social.

A distinção reconhece os relevantes serviços sociais prestados pela centenária instituição vimaranense ao longo de mais de sete séculos, com particular destaque para a preservação da Ceia de Natal, um gesto de solidariedade profundamente enraizado na história e identidade da cidade de Guimarães.

Em declarações ao Mais Guimarães, após a visita à Ceia de Natal, Ricardo Araújo, presidente da Câmara Municipal, sublinhou o orgulho da comunidade vimaranense neste reconhecimento nacional. “Em nome de Guimarães, enquanto presidente da Câmara, quero deixar uma palavra de profundo agradecimento e reconhecimento à Irmandade de São Crispim, pelo trabalho que ao longo dos séculos faz em Guimarães. Este reconhecimento pelo Senhor Presidente da República, com a Medalha de Mérito Social, é mais um motivo de orgulho, porque vem o Chefe de Estado reconhecer a importância desta instituição”, afirmou.

O autarca destacou ainda o papel do associativismo e da solidariedade social, considerando que este tipo de distinção “é um incentivo às pessoas para se juntarem em prol da comunidade”, sublinhando que a Irmandade é “um extraordinário exemplo de uma comunidade forte, solidária e atenta àqueles que mais precisam”.

Também Dário Silva, juiz da Irmandade de São Crispim e São Crispiniano, considerou a distinção “uma honra e um orgulho para a instituição”, frisando que este reconhecimento valoriza um trabalho contínuo iniciado em 1315. “É o significado de que Guimarães também trabalha, de que há pessoas que dão tudo aquilo que podem para manter este espírito natalício e este carinho com quem mais precisa. Finalmente, este trabalho é reconhecido”, afirmou.

O responsável destacou ainda o envolvimento de dezenas de voluntários, organizados em equipas distintas, desde a preparação dos alimentos ao serviço à mesa, bem como a crescente participação de pessoas mais jovens, reforçando a continuidade geracional da Irmandade.

Na noite do jantar solidário, a instituição recebeu entre 110 e 130 pessoas, incluindo cerca de 20 refeições entregues à Cruz Vermelha Portuguesa, acolhendo não apenas pessoas em situação de carência económica, mas também pessoas que vivem sozinhas, num ambiente marcado pela partilha, proximidade e espírito comunitário.

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