Médico do Hospital de Guimarães acusado de homicídio por negligência

A mulher morreu no mesmo dia em que teve alta.

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O Ministério Público (MP) acusou um médico do Hospital de Guimarães de homicídio por negligência. O clínico terá dado alta a uma doente que viria a morrer, no mesmo dia, em casa, vítima de uma peritonite.

Segundo nota publicada na página da Procuradoria-Geral Regional do Porto, o MP considera que o médico “não analisou cuidadamente, nem interpretou de forma correta”, a radiografia abdominal que a mulher fez no serviço de urgência e que apresentava “imagens sugestivas de pneumoperitoneu”.

Para o MP, a radiografia, conjugadamente com os restantes sintomas da vítima, impunha a realização de uma TAC como exame complementar de diagnóstico.

“Se o arguido tivesse determinado a realização de tal exame, seria seguramente detetada a existência de uma peritonite por perfuração de víscera oca à vítima e, consequentemente, teria sido realizado procedimento operatório imediato”, lê-se na acusação do MP.

Os factos aconteceram na manhã de 27 de fevereiro de 2015, quando o arguido se encontrava em funções no serviço de urgência do Hospital Senhora da Oliveira e deu alta a uma doente que apresentava queixas de dor abdominal severa, com quinze dias de evolução.

A mulher acabou por morrer, no domicílio, perto das 23h00 desse mesmo dia, de uma peritonite, por se ter agravado o seu estado de saúde.

Peritonite é a inflamação do revestimento da parede interior do abdómen e dos órgãos abdominais.

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