Amanhã, terça-feira, haverá a votação da moção de confiança apresentada pelo Governo, que, ao que tudo indica, deverá ser chumbada a julgar pelas intenções de voto contra por parte do PS e do Chega. Se assim for, o Governo cai, e teremos eleições legislativas, segundo o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em maio próximo. “Uma crise política, principalmente, da responsabilidade da oposição e, em particular, do maior partido da oposição, o Partido Socialista”, começa por afirmar Ricardo Araújo. O Governo “nem um ano de atuação tem, está a governar bem e a oposição não está a gostar disso, e, portanto, quer causar e criar uma instabilidade política na expectativa de daí tirar dividendos”, assim entende o deputado, em declarações ao Mais Guimarães.

Para Ricardo Araújo, o “sr. primeiro Ministro deu todos os esclarecimentos que tinha a dar”: “Isto começou com a insinuação e a acusação de que o primeiro Ministro tinha uma imobiliária e por causa da lei dos solos, e já toda a gente percebeu que não tem imobiliária nenhuma e neste momento está-se a discutir o hotel onde o primeiro Ministro dorme e quem é que o paga”, afirmou.

Sobre a apresentação de uma moção de confiança lançada pelo Governo, e sobre a posição do PS que afirma que é uma “tentativa de Montenegro fugir à Comissão de Inquérito”, o deputado diz que os dirigentes máximos do PS, “ainda há dias, desafiavam o primeiro Ministro a apresentar uma moção de confiança”. “O sr. primeiro Ministro, aquilo que fez no fim de semana passado, foi dar todos os esclarecimentos, como nunca nenhum outro deu, e disse que aguardava uma posição dos partidos de oposição, no sentido de clarificarem se o Governo tinha ou não condições para continuar a governar e o PS decide lançar uma Comissão de Inquérito. Isto é uma gravidade em democracia, o que o PS quis foi lançar lama sobre o primeiro Ministro e sobre o Governo”, acusa Ricardo Araújo.

Para evitar uma crise política, basta que o PS viabilize a moção de confiança, mas ouvimos este fim de semana, em Vizela e em Lisboa, na apresentação de candidatos às Autárquicas, Pedro Nuno Santos a garantir precisamente o contrário. “Para o bem do país, para o bem dos portugueses, não interessa a Portugal e aos portugueses que haja eleições legislativas”, referiu ainda Ricardo Araújo.

“Acredito que possam por os interesses do país à frente dos interesses do PS”

É a esperança do deputado Ricardo Araújo em relação à orientação de voto dos socialistas à moção de confiança no Governo que será votada esta terça-feira. “Ainda espero que o PS possa rever a sua posição. É um partido fundador da nossa democracia e, portanto, tem aqui uma responsabilidade especial, que possa por os interesses do país à frente dos interesses do PS”.

Ricardo Araújo elogiou ainda o trabalho do Governo em pouco tempo de governação, realçando “os dados do crescimento económico de Portugal, de redução da dívida, repôs rendimentos, fez a reposição do tempo de serviço aos professores, aumentou os salários de professores, de forças de segurança, de militares, de oficiais de justiça. É um governo reformista”, declarou.

E em caso de eleições legislativas antecipadas, caso a moção de confiança do Governo seja chumbada, Ricardo Araújo – ele que é também o candidato do PSD à Câmara de Guimarães nas Autárquicas deste ano – estará disponível para integrar as listas do PSD? “Eu estou na política em serviço público, de uma forma muito séria, empenhada, estou muito empenhado também em construir uma alternativa sólida de futuro para Guimarães. Neste momento, não é a altura de estarmos a fazer mais cenários do que aqueles que já temos em cima da mesa no país. Vamos aguardar os desenvolvimentos, porque, neste momento, sou deputado e vamos aguardar o que vai acontecer para depois então tomarmos as decisões no tempo certo”, respondeu.