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NUNO FARIA

Diretor Artístico

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Diretor ArtísticoFilho, neto e bisneto de militares, a Bélgica surgiu-lhe como um “acidente biográfico” que acabou por ter suprema importância na escolha dos estudos de história da arte na Université Libre de Bruxelles.

Depois de terminar os estudos no estrangeiro e de um período em que “cultivou o ócio”, colaborou com a Revista História, escrevendo sobre arte contemporânea, nesta altura também escreveu para o JL, onde colaborou com a jornalista Maria Leonor Nunes. Considera que este foi um período de aprendizagem da arte portuguesa que, até ai, conhecia mal. O percurso profissional de Nuno Faria acabaria depois por passar por duas das instituições de referênciano panorama das artes visuais em Portugal: o Instituto da Arte Contemporânea e a Fundação Calouste Gulbenkian.

A passagem pelo IAC teve do melhor e do prior. Por um lado foi uma continuação da aprendizagem, por outro, no início foi “uma grande esperança, nomeadamente pelo trabalho desenvolvido com o responsável pela tutela do IAC, José Conde Rodrigues, um dos mais argutos homens políticos com quem trabalhei”. A queda do governo socialista naquela altura marcou uma inversão nas políticas de cultura. “Penoso” é o adjetivo usado para caracterizar a “desmantelação” do IAC e de todo o edifício do Ministério da Cultura. “Não era possível, em consciência, compactuar com a decisão tomada, errada sob todos os pontos de vista, por isso, demiti-me”.

De saída do IAC, deu aulas no curso avançado de Fotografia do Ar.Co. A Fundação Caloust Gulbenkian foi o passo seguinte, onde afirma que teve a sorte de trabalhar com duas pessoas que o marcaram muito: Manuel Costa Cabral e Jorge Molder. “A Gulbenkian estava no meu imaginário de juventude e os seis anos que ali passei foram muito preenchidos”.

Com a ida para o Algarve, em 2007, ainda deixou amarras em Lisboa, na Fundação Gulbenkian, onde continuou a colaborar e que visitava periodicamente. A partir de 2009 passou a trabalhar exclusivamente no extremo sul do país, no Sotavento algarvio. Colaborou com a Fundação de Serralves no projeto Allgarve 2008 e desenvolveu dois projetos que destaca: o Algarve – o projeto Observatório, em co-autoria com Eglantina Monteiro e MOBILEHOME, um projeto de formação independente e informal, desenvolvido com a Câmara Municipal de Loulé. Confessa que no Algarve se reencontrou com uma escala mais humana das coisas, diferente do esmagamento da “cidade grande” onde tinha trabalhado até essa altura.

No Algarve há um tema que lhe interessa muito e que Nuno Faria afirma que vem trabalhando obsessivamente”. Afirma mesmo que foi “o fascínio que aquele território magnético e solar exerce”, que o arrastou para a região. A vinda para Guimarães, apesar de também ser uma cidade afastada dos grandes centros, é um fenómeno distinto. No Algarve encontrou uma cena cultural com escassos espaços dedicados à arte contemporânea, num contexto de desagregação territorial e de dissolução social. Guimarães, ao invés, deu-lhe um contexto estruturado do ponto de vista das instituições dedicadas ao projeto cultural da cidade, que é transversal a várias disciplinas artísticas. “Em comum, os dois territórios têm contudo uma forte identidade patrimonial e uma riquíssima herança cultural”, matéria-prima para quem trabalha com arte contemporânea e procura estabelecer laços entre épocas e práticas.

Sobre o CIAJG afirma que “chegou à idade adulta” e desafia os vimaranenses a visitá-lo mais que uma vez, porque o museu é um organismo em movimento. As exposições de passagem dialogam com as peças da exposição permanente e criam novos, e por vezes inesperados, significados. Para Nuno Faria ainda é preciso vencer as resistências dos vimaranenses que “sentem que lhes tiraram o mercado”. Nuno coloca a questão de um ponto de vista pragmático: “se não visitarem o CIAJG, perderam um mercado e agora perdem um muse.

Por: Rui Dias

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