Nuno Vaz Monteiro eleito vereador: “Fizemos parte da mudança que Guimarães precisava”

Guimarães viveu este domingo, 12 de outubro, uma das noites eleitorais mais marcantes da sua história política recente. Após 36 anos consecutivos de governação socialista, o concelho mudou de rumo e entregou a liderança da Câmara Municipal à Coligação Juntos por Guimarães (CJpG), encabeçada por Ricardo Araújo, que conquistou uma maioria absoluta. Nuno Vaz Monteiro, do Chega, entrou pela primeira vez na vereação vimaranense, com 8,06% (8.117 votos), posicionando-se como a terceira força política do concelho.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

A ambição da candidatura de Nuno Vaz Monteiro era clara desde o início: “quebrar o ciclo socialista em Guimarães”, e o objetivo acabou por concretizar-se com a vitória da coligação de centro-direita.

Em declarações ao Mais Guimarães, a caminho de Fátima, onde se dirigiu para cumprir uma promessa pessoal caso fosse eleito vereador, Nuno Vaz Monteiro assumiu um sentimento “ambíguo”, dividido entre a satisfação pela conquista histórica e a perceção de que o “voto útil” desviou parte do apoio que o Chega vinha a sentir.

“Estamos contentes e felizes pelo resultado, é histórico para o partido. É fruto de muito esforço e dedicação desde 2023. Conseguimos consolidar o Chega em Guimarães e dar valor às nossas propostas. O lado agridoce é perceber que parte do eleitorado acabou por votar na coligação, num voto útil em favor do PSD. Sofremos um pouco com isso, mas foi reflexo claro de que os vimaranenses queriam mudar”, afirmou.

Ainda assim, o novo vereador considera que o Chega teve um papel determinante na transformação política do concelho: “Os nossos oito mil votos contribuíram para essa mudança. Fomos importantes para quebrar o ciclo socialista e permitir uma nova governação. Agradecemos aos vimaranenses por este voto de confiança. Agora é tempo de ver a cidade vibrar de novo.”

Sobre o futuro papel no executivo municipal, Nuno Vaz Monteiro mostra entusiasmo: “Agora é que vai ser realmente bom. Vamos poder mostrar que somos diferentes, que estamos na política para servir as pessoas e não para nos servir dela. Teremos limitações, claro, mas vamos trabalhar para que se veja que há outra forma de estar e fazer política em Guimarães.”

Questionado sobre o novo presidente da Câmara, o vereador eleito revelou ainda não ter falado com Ricardo Araújo, mas prometeu fazê-lo “nas próximas horas”, elogiando o desempenho da coligação. “É um resultado épico. Ricardo Araújo está de parabéns. Ninguém acreditaria que o PS pudesse ser ultrapassado, mas os vimaranenses decidiram mudar, e isso é saudável para a democracia.”

Quanto às expectativas para a nova governação, Nuno Vaz Monteiro espera “uma viragem profunda” nas políticas municipais: “Espero que se cumpra o que foi prometido. Guimarães precisava de uma mudança de 180 graus. A governação anterior estava no trajeto errado. Houve mérito em algumas decisões, mas era uma política acomodada, de rotinas e ligações antigas. Agora, é tempo de mexer com o sistema e devolver dinamismo à cidade.”

O vereador acredita que a simples alternância política já é um motor de renovação: “Só o facto de haver mudança vai despertar as pessoas. Vai quebrar o comodismo e provocar uma nova energia cívica e política. Isso, por si só, já é positivo para Guimarães.”

© Nuno Vaz Monteiro

Sobre a dimensão pessoal da vitória, Nuno Vaz Monteiro confessa que ainda está a assimilar o novo papel: “Ainda não sei bem o que vai mudar na minha vida, mas sei que vou ter a oportunidade de contribuir de forma mais efetiva para os vimaranenses. Até agora, tentei abrir consciências e alertar para o que devia mudar. Agora terei capacidade de concretizar, de fazer acontecer. Isso é reconfortante.”

Fiel à promessa feita durante a campanha, o recém-eleito vereador seguiu, na manhã desta segunda-feira, para Fátima. “Disse várias vezes que, fosse qual fosse o resultado, faria esta visita. Mas com a eleição, é também um agradecimento. Foram dias difíceis, muito exigentes. Não temos a estrutura dos grandes partidos e o esforço foi imenso. Esta ida a Fátima é uma forma de limpar a alma e preparar o espírito para o que aí vem.”

Com a entrada de Nuno Vaz Monteiro no executivo municipal, o Chega garante presença no centro das decisões políticas de Guimarães pela primeira vez. O vereador promete uma atuação firme e vigilante, “sempre em nome dos vimaranenses”, num mandato que se prevê marcado pela mudança e pela reconfiguração do poder local.

PUBLICIDADE
Arcol

NOTÍCIAS RELACIONADAS