O FADO E O ESTADO NOVO – “CANÇÃO DO REGIME”?
PAULO CÉSAR GONÇALVES

por PAULO CÉSAR GONÇALVES
Apesar de estar na moda e de ser (re)conhecida toda uma nova geração de Fadistas, o Fado continua, nalguns círculos, a ser conotado com os tempos da “outra senhora”.
Houve um aproveitamento político por parte do “antigo regime” em relação ao Fado? Evidente!
Durante esse período, alguns estabelecimentos de fado eram frequentados por pessoas identificadas com o regime. Era também próxima a relação entre essas pessoas e os donos das casas de fado.
Por causa desse “aproveitamento”, e de alguns outros casos, e porque há quem tenha o estranho hábito de misturar ‘alhos com bugalhos’, houve fadistas a sofrer na pele com esta conotação.
Um nome ‘salta’ imediatamente para o palco: Amália Rodrigues.
A Diva foi pornograficamente “usada” pelo Regime. Não serão a isso alheios, claro, o talento, a voz, o alcance da figura de Amália, aclamada no mundo inteiro, representando Portugal bem mais (e de forma bem mais digna) do que o próprio Governo.
Amália, no tempo dos três “éfes” (Fado, Fátima e Futebol), deu muito “jeito” ao Regime, ajudando a “camuflar” a miséria (a todos os níveis) e a “encobrir” um variado rol de situações.
Amália, usada e abusada, seria saneada no pós 25 de Abril. Um crime continuado e absurdo, mas corrigido a tempo. Júlio Isidro, o peculiar apresentador da RTP, foi dos poucos a sair em seu auxílio.
O aproveitamento da cultura popular sempre foi apanágio dos regimes totalitários. Foi através da arte, da música popular e de outras manifestações que certas ideologias foram propagandeadas.
O Fado não é , nunca foi, Canção do Regime: o Fado é também anterior e posterior ao Regime. O Fado é, como na canção de Amália e de Alain Oulman (com poema de José Régio), Português.
NOTA: A título de curiosidade, alguns dos poetas mais visados pelo regime e facilmente conotáveis com a oposição produziram letras para Fado. Exemplos? Alexandre O’Neill, David Mourão Ferreira, José Carlos Ary do Santos, Manuel Alegre, entre outros.
Paulo César Gonçalves
nasceu em Guimarães, voltado para o Castelo da Fundação, e , até ver, está vivo.
Este texto não obedece às regras do novo acordo ortográfico da língua luso-brasileira
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