O Futuro Global pode ser melhor (dominemos o bicho)
Por Carlos Guimarães.
Por Carlos Guimarães.
Eu não estou na frente de combate, estou na retaguarda, não pego o toiro pelos cornos, faço-o de cernelha, mas mal abandono a arena entro no meu retiro e por aqui me fico. Hoje, no hospital, não vi medo, vi respeito, determinação e cumprimento escrupuloso das regras por parte de todos, doentes e profissionais. Gostei, fez-me sentir melhor e acreditar. Preocupa-me os cafés e os tascos de aldeia, onde os pequenos aglomerados não cumprem minimamente as regras. Pouco adianta ter o Toural vazio se na periferia se fura a malha da rede.
O bicho mau também parece trazer coisas boas e o futuro será obrigatoriamente re-desenhado. Hoje o panorama é feio, mas há pais que descobriram os filhos e filhos que descobriram os pais, gente que está a aprender a fazer nada, uma atividade que vinha sendo extremamente difícil. Descobrimos que a sardinha enlatada só deve existir dentro da lata, que roer as unhas é mesmo um mau hábito e o perdigoto não deve voar em liberdade. Ninguém tem duvidas que o futuro imediato vai ser escuro e caótico, que não adianta comprar roupa nova todas as semanas porque não é preciso, e que gastar as solas dos sapatos nos corredores dos shopping é um disparate. Haverá um antes e depois do vírus, 2020 será para sempre um ano que marcará um ponto de viragem. O bicho mau já fez mais pelo planeta do que todas as cimeiras do clima e 10.000 Greta Thunberg, tem mostrado que é possível fazer teletrabalho evitando milhares de deslocações de pessoas e outros tantos veículos e a galinha dos ovos de ouro chamado turismo de massas deve ser repensada. Há muito que afirmo que o turismo de massas é um eucaliptal prestes a pegar fogo, fui duramente criticado, mas se calhar terei alguma razão.
Se aprendermos alguma coisa com o bicho mau podemos construir um planeta melhor, mais limpo e uma sociedade mais solidária e coerente.
Mas há uma coisa que o bicho mau nos roubou e tem de nos devolver, a vontade e a capacidade de abraçar.
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