O Legado de Neno: O pontapé de saída para uma vida mais feliz
Um dia à Neno, com um jogo de futebol solidário. O resultado do encontro? Foi o menos importante.

Neno era um dos nossos. E era dos bons. Mas isso já todos sabíamos e não era preciso este dia para o comprovar. Um dia de música, desporto, sorrisos e muitos abraços. Um dia à Neno, com um jogo de futebol solidário. O resultado do encontro? Foi o menos importante.

Dois anos depois do falecimento de Neno, o D. Afonso Henriques foi palco d’”O Legado de Neno”, um evento solidário que reverteu a favor de três associações que o antigo jogador apoiava: aPalavra, a Cercigui e a Casa da Criança de Guimarães.
Nomes conhecidos no universo vitoriano, mas também vários nomes nacionais, juntaram-se por uma causa maior. Alguns voltaram a calçar as chuteiras que já estavam penduradas, outros vieram celebrar um amigo, e houve ainda quem, sem nunca ter privado com Neno, trocou os palcos pelo relvado.
“Esta festa é claramente o que ele desejaria que nós fizéssemos”: Dimas tem a certeza disso, até porque eram “como irmãos” e, apesar das saudades, acredita que Neno está “sempre presente nas nossas vidas”. Algo que comprova com o que vive “quando se chega ao Vitória. O Neno é isto no Vitória, em Guimarães, e em todo o país”, acrescentou.

O que Manuel Cajuda, que orientou uma das equipas presentes, recorda do antigo jogador e dirigente do clube vimaranense é, acredita, “a melhor coisa” que pode recordar: “o sorriso e a alegria dele”. Trabalharam juntos três anos e confessou nunca ter visto o Neno com problemas. “Ele chegava ao balneário e eu sabia que era ele pela gargalhada que dava nos corredores. Uma vez até lhe perguntei se era possível não ter problemas”, contou.
“O Neno era o dia a dia da alegria”
Dimas
Na certeza de que “outros não irão ficar ofendidos”, Manuel Cajuda diz que Neno “foi a melhor pessoa” que encontrou no futebol. E Kenedy, ex jogador e companheiro da equipa de Neno durante cinco anos, diz que “foi o melhor companheiro” que teve na vida e, por isso, “uma pessoa muito importante”.
“Sempre bem disposto, sempre alegre, fazia-nos sorrir a todos”, terminou. E o sorriso esteve bem presente em todos durante aquele dia. As próprias camisolas com que entraram em campo traziam esse peso, o peso de um sorriso que percorre gerações.
Dos mais velhos aos mais novos, não há quem ficasse indiferente. Luís Marvão, apresentador, ator e cantor, é o exemplo disso. Não o conheceu pessoalmente, mas acompanhou-o durante toda a infância e adolescência. “Temos que tentar ver quem é que, ao nosso lado, precisa de alguma ajuda e tentar dar o nosso melhor. Às vezes só um sorriso faz a diferença”, disse o apresentador que, ao longo da tarde, foi speaker no estádio do Rei e animou o intervalo.

Quem também animou o público vimaranense foi Fradique, dos Calema. Ao Mais Guimarães lembrou que, meses antes de falecer, Neno fez várias publicações a dançar as suas músicas. No sorriso, disse, “víamos que era uma pessoa muito alegre e contagiava imenso”.
O fairplay a que Neno nos habituou
Em Guimarães, o antigo jogador foi “acolhido como um filho”. Quem o diz é Jorge Andrade, que tem as palavras certas para o recordar: “amizade, simpatia e companheirismo”. Também Obikwelu, pela primeira vez neste estádio, trocou as pistas pelo futebol e celebrou alguém que “enchia o coração”.
A jogar em equipas diferentes Targino e Nelson Ramos mostraram o fairplay que Neno sempre transmitiu. Para ambos, que falaram visivelmente emocionados, foi “um orgulho muito grande reviver o nome do Neno”.

“Se prestarmos mais atenção a tudo o que há à nossa volta, viveremos num mundo melhor”
Fradique
Entre gargalhadas durante o jogo, Cosme Machado, Paulo Gonçalves e Tiago Ribeiro arbitraram este jogo solidário e não escondem o “prazer” que foi. “Acabou por ser também um reencontro de antigos jogadores e pessoas ligadas ao desporto”, disseram.
Num jogo que terminou antes dos 90 minutos, porque “os jogadores começaram a acusar cansaço”, brincou Cosme, também Barroso, figura pouco habitual no relvado, deu “uns pontapés na bola”.
“Neno é uma pessoa ímpar no futebol nacional. Em qualquer estádio ou cidade, onde quer que fosse, nunca ninguém tinha algo de mal para ele. Era sempre bem recebido em todo o lado”, lembrou o membro dos White Angels que vestiu a camisola por uma causa maior.

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