O país virou à direita

As Eleições Legislativas antecipadas, que decorreram no último domingo, ficaram marcadas por uma viragem do país à direita. Os portugueses saíram à rua, e de forma massiva, colocando a abstenção, de 33,8%, a níveis de 1995, batendo um recorde com 29 anos.

© Eliseu Sampaio

Este é o primeiro dado a reter, a vontade que os cidadãos sentiram em se deslocarem às urnas e em exercerem o seu direito/dever ao voto.

Outro dado foi o aumento do número de deputados dos partidos à direita na Assembleia da República. Não estando ainda fechada a contagem, faltando apurar os resultados nos círculos da emigração, que elegem quatro deputados, e podem até redefinir o vencedor do ato eleitoral, a Aliança Democrática, constituída para PSD, CDS-PP e PPM, elegeu 79 (+7) que em 2022, o Chega 48 (+36) e o Iniciativa Liberal manteve os oito que tinha.

Já os partidos mais alinhados à esquerda perderam deputados nesta eleição, com exceção do Livre, que de um passou para quatro deputados. O PS deu um trambolhão elegendo agora 77 quando tinha 120 (-43), o BE manteve os cinco, A CDU (PCP-PEV) perdeu dois e ficou com quatro, e o PAN – Pessoas, Animais, Natureza, continua com apenas um.

A nível distrital, e como tem sido comum, os números não diferem muito da realidade nacional, com a AD a conquistar oito lugares, o PS seis, perdendo três para o Chega, que de um deputado passou a quatro. O Iniciativa Liberal manteve o seu lugar.

Em Guimarães o PS venceu com 31,69%, com apenas 2,39% de diferença para a AD, e foi, com a companhia de Fafe e Vizela, um dos três concelhos socialistas num distrito com 14.

Os portugueses votaram, deram sinais. Cabe aos políticos interpretarem-nos devidamente.

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