“O Verão é na Penha” leva música e dança à montanha todos os domingos

Durante as tardes de verão, a montanha vimaranense enche-se de pessoas de vários locais da região para cantar e dançar.

penha-com-barra

A iniciativa leva vários artistas de música popular até à Penha todos os domingos até ao dia 10 de setembro. Durante as tardes de verão, a montanha vimaranense enche-se de pessoas de vários locais para cantar e dançar.

© Eliseu Sampaio/ Mais Guimarães

O Mais Guimarães esteve à conversa com o responsável pela organização cultural do evento, Dino Freitas, que aponta haver “um certo elitismo” na programação cultural de Guimarães, acrescentando que “nesta cidade, devia haver eventos direcionados para os vários públicos”.

Há 11 anos no comando da programação artística do “O Verão é na Penha”, Dino Freitas ressalva que esta é uma “iniciativa muito abrangente” caracterizada pela “paixão e romantismo” das várias pessoas que participam no evento:

O que é a iniciativa “O Verão é na Penha”?

É uma iniciativa que já tem 11 anos. É uma criança na idade, mas já é adulta na atitude e na sua forma.

O que acontece na penha durante o verão?

Desde o início de julho até à peregrinação de setembro, há festa na penha. Basicamente há dança, há pessoas que nos visitam e divertem-se. Aos domingos, às 11h00, isto já está cheio de cadeiras. As pessoas vêm de casa, marcam os seus lugares e às 15h00 está cheio de pessoas.

É uma iniciativa que tem estado a crescer?

Sim, porque tudo na vida é feito pela continuidade e pela resiliência. Esta iniciativa é consistente e acontece porque as pessoas divulgam. As pessoas sabem que ao domingo há festa na Penha e comparecem.

São apenas pessoas de Guimarães, ou também de outros locais?

São também de fora, mas já vêm sempre. São de Felgueiras, Famalicão, Santo Tirso, Braga, Vizela, Fafe, etc. Há paixão e tanto romantismo sem idade.

© Eliseu Sampaio/ Mais Guimarães

Em Guimarães nesta altura há um decréscimo de atividade. Este movimento acontece no sentido de entreter as pessoas?

Sim mas não é um número tão elevado. Nós somos muitos, mas nem toda a gente pode ir para férias. É nesses que pensamos e é para esses que produzimos estas tardes de verão na Penha.

Esta iniciativa é para um público muito específico?

Nós não escolhemos o público, mas depois vemos as reações de acordo com os animadores e cantores que trazemos. Vai-se notando algumas diferenças no tipo de público, mas é uma iniciativa muito abrangente.

É fácil convencer os artistas a participar nesta iniciativa?

Difícil é dizer não para alguns. Toda a gente quer vir e digo já que são todos mal pagos. Não há condições para pagar aquilo que seria justo a cada grupo e a cada artista. Mas ainda assim saem daqui com a alma cheia. E ainda existem outros que gostariam de cá vir mas não é possível.

Gostaria de ter melhores condições para poder contratar estes artistas?

Exatamente. Em primeiro lugar, gostava de pagar convenientemente aos artistas que têm vindo ao longo dos anos. Depois, se tivesse mais dinheiro, podia subir o nível dos espetáculos. Mas não é por isso que estes artistas são piores. Eu costumo dizer que muitos deles são amadores, mas não num tom depreciativo. Amadores do verbo amar. Amam o que fazem, e isso sente-se na comunicação que fazem aqui.

Seria bom para Guimarães haver um melhor apoio para a iniciativa?

De fora é fácil dizer, talvez o município gasta dinheiro noutros locais, mas toda a gente diz isto. Se a câmara ajudasse mais, podíamos crescer em termos qualitativos, mas é sempre um “se”. Eles tem opções, são discutíveis tal todas as outras. Se fosse eu fazia de forma diferente, mas eu estou cá na qualidade de produtor artístico e não me quero meter.

© Eliseu Sampaio/ Mais Guimarães

A cultura que acontece aqui aos domingos à tarde é uma alternativa ao que o município oferece?

Tudo é alternativa a tudo. O que me choca, em termos de cultura musical, é uma imagem que parece ser um certo elitismo. Parece que há vergonha de apresentar, em alguns momentos, ofertas mais populares, feitas com dignidade, porque isso é a realidade do nosso povo, do outro e das minorias também. Se eu fosse programador municipal, pensava em todos os públicos. Nesta cidade, na penha e noutros locais, devia haver eventos direcionados para os vários públicos. E ainda dizem que temos de fazer os públicos. Não é ou não deveria ser assim. Devia ser de tudo um pouco para ser abrangente.

O que as pessoas podem ver na Penha até ao fim do verão?

Todos os domingos há animação. Neste domingo atua Luís Piloto, um homem especialista numa área um pouco diferente, dos anos 60. E tem público igualmente. Dançam, cantam e é uma alegria.

Quer convidar as pessoas a conhecer a iniciativa?

Visite a penha, tem muito para ver. Além do lado religioso, tem a biodiversidade, aqui está-se bem. Quando está calor, há garantia que aqui estão sempre menos cinco ou seis graus do que no centro da cidade. Isto é uma maravilha e há sempre animação.

Vai continuar na direçção artística deste festival?

Vou continuar, já estou cá há 11 anos. Pela parte que me toca, vou continuar aqui. Dá-me muito prazer. As classes etárias estão aqui divididas e estão aqui felizes.

PUBLICIDADE

Arcol

Partilhar

PUBLICIDADE

Ribeiro & Ribeiro
Instagram

JORNAL

Tem alguma ideia ou projeto?

Websites - Lojas Online - Marketing Digital - Gestão de Redes Sociais

MAIS EM GUIMARÃES