Oposição acusa Município de não priorizar desenvolvimento económico

“A Câmara Municipal de Guimarães poderia ter feito mais no que toca ao apoio suficiente para fixar empresas no concelho”. É o entendimento da Coligação “Juntos por Guimarães” PSD/CDS-PP, que considera que o Executivo não deu prioridade ao desenvolvimento económico, priorizando “a questão do conhecimento e do impulsionar a presença de universidades politécnicos”.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

“É positivo, não há dúvidas disso, Guimarães deve continuar, mas achamos que isso é muito pouco”, disse Bruno Fernandes, referindo ainda que Guimarães pode “cair no erro de ter uma academia extraordinária e depois não ter as empresas” para aplicar o conhecimento.

A oposição entende que “o setor empresarial potencia emprego, salários competitivos e a fixação dos jovens”, mas, “não conseguindo fixar empresas, estas acabam por escolher concelhos mais atrativos a vários níveis”.

Bruno Fernandes deu como exemplo o Grupo VAPO que já manifestou intenção de manter a sede e expandir atividade em Guimarães, mas que falta o apoio por parte da Câmara, sendo a existência de espaço um problema. “E foi procurar noutro”. Deu como exemplo Santo Tirso que “definiu esta área como prioritária até com uma parceria publico privada em que a Câmara assumiu os acessos e o privado assumiu o resto dos custos com o loteamento”.

Na sessão, o autarca Domingos Bragança, respondeu que o Governo tem apostado num processo de crescimento a médio prazo e que tem transformado as condições competitivas e qualitativas do setor económico do concelho, lembrando o “desenvolvimento tecnológico no setor têxtil, uma das principais indústrias do concelho, que resistiu e inovou, através da aposta na ciência, na tecnologia e no design”.

No final da sessão, foi Paulo Lopes Silva que falou aos jornalistas, para realçar que “estamos a falar de Guimarães, um dos concelhos mais exportadores do país, um dos principais motores de desenvolvimento económico de Portugal”. Esclareceu ainda que a estratégia económica não tem como prioridade a captação exclusiva de investimentos em Guimarães, mas a criação de medidas para o “desenvolvimento e capacitação das empresas que já se encontram no concelho. Isto é, as pequenas e médias empresas (PME) com exportação significativa”.

A ideia é capacitar os que já se encontram no concelho e criar fatores de contexto que façam com que outras entidades queiram investir em Guimarães. “Tudo isto, através da aposta que tem sido feita na produção de conhecimento, ciência e educação”, afirmou Paulo Lopes Silva.

A oposição, pela voz de Bruno Fernandes, falou de “uma apatia por parte das competências do Município que está a ter consequências graves”.

Neste último mandato fez uma critica ao facto de o presidente da Câmara ter assumido a pasta do desenvolvimento económico. “No final do anterior mandato, dissemos que este [desenvolvimento económico] era uma área que não tinha sido valorizada, [pasta entregue a Ricardo Costa, à época vereador], o senhor presidente disse que a pasta iria para a sua alçada e que ia andar. Não andou”, atirou o vereador da oposição.

“Acho que ficou pior do que estava. Acho que esta é uma matéria tão importante que deveria ter um pelouro específico. O vereador que tenha esta responsabilidade tem de ser um diplomata e andar de “mala na mão” a vender o concelho pelo país e fora dele” e tem de ter “capacidade de criar os instrumentos internos para termos áreas de acolhimento empresarial”.

Já Paulo Lopes Silva destacou a “aposta no desenvolvimento social e económico tem sido feita através dos investimentos públicos em instalações para instituições do ensino superior e desenvolvimento de centros de investigação no concelho”, como é o caso da Escola-Hotel, do Teatro Jordão e Garagem Avenida e da Escola de Engenharia Aeroespacial.

A oposição também chamou à discussão, durante a sessão, as fragilidades e limitações do atual PDM aprovado em 2014. No final, Paulo Lopes Silva deu conta que o novo PDM, com revisão profunda, está “praticamente pronto para ser publicado”, e que prevê “o aumento exponencial das áreas de instalação económica e também capacidade construtiva”.

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