Pela Cidade
Por Wladimir Brito.

por WLADIMIR BRITO
Professor de Direito na Universidade do Minho
1. Tinha de viajar para Lisboa – ida e volta no mesmo dia – e decidi que deveria ir de comboio. Para aquisição do bilhete no comboio Alfa consultei o sítio electrónico (site) da CP com vista a ver o horário, tanto mais que queria viajar de e para Guimarães nesse comboio. Debalde procurarei o Alfa com partida em e chegada a Guimarães. Já não existe, foi descontinuado como agora é moda dizer-se.
Acontece que no horário constava um Alfa de Famalicão a Lisboa e vice-versa, serviço que a CP sempre ofereceu e continua a oferecer nesse Município vizinho, que não deixou que fosse extinto com fundamento na pandemia, como, certamente, terá sido a justificação apresentada para se extinguir o serviço Alfa a partir de Guimarães. Poder-se-á dizer que a CP trata-nos como merecemos.
Na verdade, um Município que vê um serviço de transporte ferroviário para e de Lisboa desactivado, um Município que se contenta com linhas ferroviárias suburbanas e um intercidades, aceitando pacificamente ser o terminal de um apeadeiro, como se fosse natural ou como se a CP quando criou a linha dos comboios Alfa estivesse a fazer um favor aos vimaranenses ou uma curta experiência da viabilidade económica dessa linha, não merece outro tratamento. Extingue-se e pronto, como já aconteceu, se não estou em erro, nos anos 80 do século passado, quando o Município aceitou a extinção da linha Guimarães-Fafe. Quem quiser que vá a Famalicão, a Braga ou ao Porto apanhar o Alfa ou que use o seu carro até à capital do “reino”. Comboio rápido é que o vimaranense não pode ter.
Posso dizer que se o Munícipio através do seu executivo camarário aceita pacificamente essa menorização da sua importância (ferroviária) face a Municípios vizinhos – Braga e Famalicão – já os munícipes não a podem admitir e têm de reclamar contra essa situação e lutar para que, no mínimo, seja reposta a oferta do serviço Alfa, tal como acontecia antes da Pandemia.
De facto, foram gastos milhares de euros para instalar a linha e adaptar a plataforma para esse tipo de comboio e eis que a Câmara nada faz (ou se faz, nada diz aos seus munícipes, optando assim por uma administração opaca) para levar a CP a repor o serviço. E nada faz (ou nada diz sobre o que fez ou vai fazer) essa mesma Câmara que nos diz empunhar a bandeira da defesa de Guimarães verde, quando não pode ignorar que a ferrovia é hoje considerada um dos meios de transporte que mais contribui para um meio-ambiente ecologicamente sustentável e saudável.
Sem um serviço de transporte ferroviário, de passageiros e mercadoria, que permita a ligação de Guimarães ao Porto e a Lisboa, a alternativa terá de ser o uso do automóvel, que, para além de ser mais caro, é mais poluente. Para além disso, com o aumento do preço dos combustíveis, a inflação e toda a crise da energia que se advinha, a Câmara já deveria ter agido com determinação e firmeza junto da CP para obter a reposição e até mesmo a melhoria do serviço de transporte ferroviário, o que beneficiaria a indústria e o cidadão.
É claro que, enquanto a nossa Câmara se mantem passiva e silente, mas proclama que empunha a bandeira da luta pela construção de um Município verde, essa passividade e silêncio em matéria tão importante, leva-nos a perguntar se é verde branco ou tinto.
2. Já agora, penso que não é demais pedir a ampliação das ciclovias dentro e fora da cidade, para promover o uso da bicicleta não só como um instrumento de desporto, o que é muito bom, mas também como um meio normal de transporte.
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