A iniciativa decorreu junto à rotunda do Lidl, com a colocação de faixas e panos pretos ao longo da via, como forma de alerta para o estado de degradação desta importante ligação rodoviária da região.

O protesto foi promovido por um grupo de cidadãos, entre os quais João Machado, que tem liderado a luta pela requalificação da estrada há cerca de quatro anos e meio. “Entregámos um abaixo-assinado com mais de 500 assinaturas na Assembleia Municipal, em abril de 2024, mas nunca obtivemos qualquer resposta do município”, referiu, denunciando a “ausência de diálogo por parte da autarquia e a falta de ações concretas para resolver os problemas identificados”.

Segundo João Machado, as principais preocupações dizem respeito à inexistência de passeios, à reduzida largura da faixa de rodagem, à ausência de saneamento e ao impacto ambiental causado pela drenagem irregular de águas para terrenos privados. “Há propriedades a sofrer destruição devido à água canalizada diretamente para os terrenos, sem qualquer solução por parte das entidades competentes”, explicou.

© João Machado

Apesar de alguns proprietários se “mostrarem disponíveis para ceder terrenos que permitiriam a execução de obras”, essa disponibilidade “não foi refletida na revisão do Plano Diretor Municipal”. João Machado denuncia ainda que, mesmo após reuniões com representantes municipais e com os presidentes de junta, as promessas de intervenção se ficaram por medidas incompletas ou por zonas muito limitadas da via.

Durante o protesto, os organizadores optaram por não interromper o trânsito, em respeito pelos trabalhadores e pela circulação local. No entanto, relatam que várias tarjas foram retiradas pouco tempo depois da sua colocação, alegadamente “por elementos das juntas de freguesia envolvidas”. “A liberdade de expressão tem de ser respeitada, e esta atitude só demonstra a falta de abertura ao diálogo”, lamenta o responsável pela iniciativa.

© João Machado

João Machado sublinha que, apesar de o presidente da Junta de Pevidém ter mostrado apoio à causa e de existir um acordo para obras entre o Lidl e a zona da Lameirinho, “a maioria dos presidentes de junta votou contra uma moção de requalificação apresentada pela Iniciativa Liberal na Assembleia Municipal”. “Votaram contra a melhoria da própria freguesia”, critica.

Quanto ao futuro da contestação, João Machado revela que o grupo está em fase de reflexão, aguardando desenvolvimentos e mantendo-se atento a qualquer sinal de abertura por parte das autoridades. Para já, o silêncio permanece, e o único feedback obtido foi a remoção de algumas faixas colocadas na estrada.