Numa entrevista concedida ao jornal O JOGO, Ricardo Quaresma fez o balanço das duas épocas ao serviço do Vitória SC, falou de André Almeida e reforçou que não ficou surpreendido com a saída de Pepa “por tudo o que se passou na época passada”.

Em 2020 houve “conversas” para se mudar do Kasimpasa para o FC Porto, clube que representou entre 2004 e 2008 e entre 2013 e 2015, mas acabou por chegar, de cavalo branco, a Guimarães. O vencedor da Champions League de 2009/2010, ao serviço da Internazionale, e vencedor de quatro campeonatos nacionais assinou um contrato válido por duas temporadas com mais uma de opção e chegou a dizer que era com a camisola do rei que ia terminar a carreira, mas não foi assim. Quando os dois anos chegaram ao fim, o internacional português não exerceu a opção que tinha para permanecer mais um ano e agora, meses depois da despedida, fez um balanço em entrevista exclusiva ao jornal nacional O JOGO.

O jogador afirma ser difícil explicar as duas últimas temporadas e definir se estiveram acima ou abaixo das expectativas. “Acho que não aproveitei ao máximo a minha passagem pelo Vitória e o clube também não aproveitou o meu talento”, resume. Na primeira época, a pandemia obrigou o futebol a mudar e esvaziou as bancadas: “o forte do Vitória são os adeptos, jogares sem adeptos naquele estádio é estranho”. Depois regressaram os adeptos, mas as coisas mudaram. “Não fui opção do treinador em muitos jogos”, lamenta. Pepa, que orientou a equipa em 2021/2022, contou com Quaresma em 26 partidas. O jogador afirma agora que “houve uma altura em que perdi a vontade de trabalhar e de lutar porque sentia que não fazia parte das opções”. Apesar de respeitar as decisões do treinador, Quaresma não hesita em dizer que “claro que merecia jogar” mais na última época.

As condições – “o clube a passar por dificuldades”, auferir um “salário alto” e não ser opção – fizeram com que não fizesse “sentido nenhum” continuar, apesar de sentir que “havia muita gente” a querer que o jogador se mantivesse de rei ao peito. A saída de Pepa não faz com que o jogador se arrependa da saída. E, quanto ao timoneiro, Ricardo Quaresma diz não ter ficado surpreendido “por tudo o que se passou na época passada”, mas recusou-se a elaborar.

André Almeida tem talento, Rochinha no Sporting foi surpresa e Edwards deve acreditar mais

Durante a entrevista, Ricardo Quaresma abordou o mercado de transferências e a transferência dos colegas de equipa com quem partilhou o balneário nos últimos anos. A transferência de Rochinha para o Sporting foi uma surpresa não por causa “do talento” do antigo colega, mas porque “nunca” pensou que fosse um alvo do Sporting. Pelo “talento” que tem, mas também porque “é dedicado” e “muito focado”, Quaresma acredita que Rochinha se vai afirmar em Alvalade.

A envergar a camisola do clube de Alvalade há mais tempo está Marcus Edwards. O extremo de 38 anos diz que se pode esperar “muita coisa” do inglês, que tem “um talento incrível”, mas deixou o conselho e o alerta: “obviamente tem de ser um miúdo mais focado, com mais vontade e, se calhar, acreditar mais no talento que tem”.

André Almeida “tem talento para jogar num clube grande”, começou por dizer Ricardo Quaresma. No entanto, diz, “tem de crescer muito” e ter um treinador como Sérgio Conceição “é importante”. O internacional português avaliou a possibilidade de André Almeida integrar o plantel portista e descreveu o antigo companheiro de balneário como “um miúdo inteligente” e que “tem características diferentes dos outros médios”.