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Recordar… o Vitória #4

Por Vasco André Rodrigues.

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Por Vasco André Rodrigues,
Advogado e fundador do projeto ‘Economia do Golo’

A temporada prometia

Depois do quarto lugar conquistado com Quinito, o Vitória queria dar o passo além… aproximar-se dos lugares de maior destaque da Liga nacional!

Para isso, havia que suprir as perdas de duas pedras basilares do pretérito ano e que tanto haviam fascinado os adeptos do Rei: os Pedros, o Barbosa, génio virtuoso e inconstante, e Martins, um barómetro pleno de sapiência futebolística, que, a troco de bom dinheiro tinham rumado ao Sporting.

Além disso, fruto deste negócio chegaram dois homens que muito prometiam: o virtuoso extremo Capucho e o goleador Edinho!

Mas, esta temporada, ficaria marcada pela chegada aos Conquistadores de um dos mais geniais jogadores do futebol português da década de 90. Vítor Paneira, de seu nome, caído em desgraça no Benfica de Artur Jorge.

A comandar o potente exército vitoriano, uma escolha arrojada por parte do presidente Pimenta Machado. Falamos de Vítor Oliveira, que depois de ter desenvolvido um belo trabalho no Gil Vicente, abraçava o seu mais aliciante desafio até à data.

O Vitória até começaria bem, apesar da qualidade futebolística parecer estar aquém das expectativas. Todavia, a vitória inicial frente ao estreante Campomaiorense, bem como o empate na Luz perante o Benfica demonstravam um facto insofismável: aquela equipa tinha muitas qualidades! A reforçar isso, a eliminação do Standard de Liège na, então, Taça UEFA e o facto de, na segunda eliminatória, durante 45 minutos, os Branquinhos terem silenciado Camo Nou, e… se Capucho e Zahovic não tivessem falhado golos cantados, poder-se-ia ter escrito uma das mais belas epopeias da história vitoriana.

Porém, a primeira derrota sofrida, uma goleada na Madeira, faria que a equipa ruísse como um castelo de cartas!

O Vitória, de um momento para o outro, tornou-se uma equipa incapaz de exprimir o seu potencial… de colocar em jogo os seus argumentos.

Vítor Oliveira era cada vez mais contestado… questionado… até insultado e ameaçado, sendo que a derrota em Leça da Palmeira despoletou o previsível: o seu despedimento.

O seu sucessor seria uma escolha surpreendente. Em Santa Maria de Lamas, no terceiro escalão nacional, morava um jovem treinador, de nome Jaime Pacheco, que houvera sido jogador de eleição. Fruto dos desígnios da Taça de Portugal, levara a sua equipa às Antas para enfrentar o FC Porto. Quase faria história ao desperdiçar uma grande penalidade no último minuto, que iria colocar o país a abrir a boca de espanto!

Pimenta descobrira o seu homem e iria colocar todas as fichas nele!

Acertaria… a segunda volta do Vitória seria absolutamente demolidora! Com Nuno Espírito Santo a assumir a baliza, Tanta e Arley a segurarem a defesa, do meio campo para a frente era um verdadeiro tornado… ao ponto de Pacheco a afirmar que tinha a melhor ala direita da Europa(!) como José Carlos, Paneira e Capucho! Mas além destes, havia o virtuosismo excelso de Zahovic, a capacidade física de Quim Berto e os golos de Edinho e de Gilmar.

Como resultado, o Vitória faria uma segunda volta à campeão… aliás, seria o campeão dessa fase do campeonato, conseguindo dois feitos dignos de realce: vencer nas Antas, o Porto, que não perdia em casa há mais de um ano e vencer em Alvalade, o Sporting, depois de estar a perder por duas bolas a zero ao intervalo, ou aplicar meia dúzia de golos sem resposta ao Marítimo.

O sonho pedia um passo mais além… mas, os mágicos haveriam de sentir o esforço e quebrar nos dois últimos desafios, sendo desfeiteados pelo Boavista e pelo Braga, não passando do quinto posto!

Contudo, aquela segunda volta ficaria na história de todos que com ela vibraram…

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