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Reunião com vereadora destaca reforço no controlo das refeições escolares em Guimarães

Uma reunião, na manhã desta quinta-feira, dia 17, entre representantes dos pais e a vereadora responsável pela Educação em Guimarães, Adelina Pinto, trouxe à tona um conjunto de preocupações relacionadas com a qualidade das refeições escolares no concelho, ao mesmo tempo que revelou um novo esforço do município para reforçar os mecanismos de controlo nas cantinas.

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Segundo os pais presentes no encontro, Jorge Santos e Bárbara Fernandes, o acolhimento por parte da vereadora foi positivo e demonstrou abertura para o diálogo. Foi reconhecido que as denúncias e exposições feitas anteriormente surtiram efeito, originando medidas corretivas por parte da autarquia. “Sentimos uma enorme preocupação da vereadora em corrigir o que estava menos bem. Há um controlo muito maior agora, e foi contratada mais uma nutricionista para apoiar esse processo”, referiu Jorge Santos ao Mais Guimarães.

No entanto, persistem várias questões. Uma das mais debatidas prende-se com a viabilidade financeira da alimentação escolar, uma vez que cada refeição ronda os dois euros, valor que inclui custos com alimentos, confeção e pessoal. Os pais questionam como é possível garantir qualidade dentro desse orçamento, especialmente quando se considera que as empresas envolvidas operam com fins lucrativos.

Outro ponto crítico é a ausência de um plano B. Caso surjam problemas graves com a empresa atual, o Município encontra-se vinculado ao contrato em vigor e não tem alternativa imediata para substituí-la, devido às exigências da legislação sobre contratação pública. “Sabemos que a contratação pública leva o seu tempo e os alunos não podem ficar sem refeições”, afirmou o encarregado de educação.

Adicionalmente, foi revelado que a avaliação das empresas no processo de contratação pública não impede a sua continuidade futura, mesmo com classificações como “aceitável” ou “razoável”, o que levanta dúvidas sobre a eficácia do sistema de fiscalização. Os pais também manifestaram preocupação com a uniformização das porções servidas nas escolas, que levou à proibição de repetições em algumas instituições, gerando desperdício alimentar e “injustiças” entre alunos com diferentes necessidades.

Entre as soluções discutidas está a gestão direta das cantinas pelas associações de pais, uma realidade já adotada noutros concelhos. Essa opção permitiria comprar alimentos a produtores locais, “reduzindo a pegada ecológica e promovendo a economia regional”. Contudo, reconhece-se que “a falta de tempo e de envolvimento dos encarregados de educação torna essa via difícil de concretizar”.

Apesar das limitações, os pais saíram da reunião com alguma “tranquilidade”, confiando que o reforço do controlo e a maior atenção política poderão trazer melhorias. Ainda assim, deixaram um alerta claro: “A grande questão agora é: quem está a controlar e como? Uma nutricionista [que a autarquia contratou para juntar à única existente] não consegue estar em todo o lado. Precisamos de mecanismos claros, consistentes e eficazes para garantir que o que está no caderno de encargos é o que está efetivamente a ser servido nas escolas”.

O acompanhamento da situação continuará a ser feito de perto pelos encarregados de educação, que não descartam novas ações se os problemas persistirem.

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