No discurso de Ricardo Costa na Assembleia da República, também presidente da Concelhia do Partido Socialista, começa por realçar que a mobilidade é uma “área de extrema importância, não só pelas suas políticas que permitem a democratização e o acesso efetivo ao serviço público do transporte, pela sustentabilidade com vantagens ambientais convergindo para as metas da naturalidade climática em 2045. Mas também pela segurança, pela rapidez e pela facilidade dos serviços de transporte com capacidade alternativa ao uso de automóvel, pela coesão territorial, aproximando os concelhos e as regiões, as pessoas e os serviços”.

Desta forma, o deputado garante que a prioridade daquela discussão é ” levar a ferrovia a todas as capitais de distrito”. Nesse sentido, afirma que “a ligação de alta velocidade Porto-Braga-Valença ou a ligação Guimarães Braga, terão um impacto extremamente positivo para as famílias, para os trabalhadores, para as empresas e para o turismo”.

Após a intervenção do deputado socialista, o deputado e vereador da Câmara Municipal de Guimarães, e ainda presidente do PSD-Guimarães, Ricardo Araújo, acusou o PS de estar a “brincar aos comboios” ao propor a ligação ferroviária entre Guimarães e Braga, depois de durante anos de governação socialista “nada ter feito para resolver os problemas de mobilidade na região” e de ter defendido o contrário.

Depois de estar consensualizado entre os municípios da região o avanço de um sistema de mobilidade ligeira entre o Cávado-Ave, abrindo corredor a um sistema do tipo BRT [Bus Rapid Transit], o deputado Ricardo Araújo condena, na intervenção na Assembleia da República, que “o PS dá as cambalhotas que forem necessárias para defender na oposição aquilo que não fez no Governo”.

“É com um misto de estupefação e indignação que assistimos ao Partido Socialista defender agora a ligação ferroviária entre Guimarães e Braga, em relação à qual nada fez quando esteve
no Governo, como contrariou ativamente essa possibilidade. Tanto a nível nacional, como local”, considerou Ricardo Araújo, lembrando que desde 2020 vários ministros e secretários de Estado do PS sempre se opuseram à possibilidade de ligar Guimarães e Braga por ferrovia ou metro de superfície.

Além disso, recorda que também a nível local, vários autarcas e dirigentes do PS “manifestaram discordância da construção de ligação ferroviária direta porque entenderam que essa não era a melhor opção”.