Ricardo Araújo critica posição de Ricardo Costa sobre o PDM e fala em divisão no PS

“Se o PS não concorda com o PDM, que vote contra. Mas que não atrase mais um documento fundamental para o futuro de Guimarães”, desafiou o vereador da oposição.

© Helena Lopes / Mais Guimarães

O vereador da Coligação Juntos por Guimarães e candidato à presidência da Câmara, Ricardo Araújo, lançou duras críticas ao Partido Socialista na reunião do Executivo Municipal desta segunda-feira, na sequência das declarações proferidas por Ricardo Costa, candidato do PS à autarquia, durante o primeiro debate eleitoral promovido pelos alunos da Escola Secundária Francisco de Holanda, na passada sexta-feira.

Ricardo Araújo considerou “profundamente grave” que Ricardo Costa tenha afirmado que o novo Plano Diretor Municipal (PDM) não deve ser votado nem aprovado neste mandato, mas sim pelo futuro executivo, com “o cunho do presidente eleito”. Para o vereador da oposição, esta posição revela “uma divisão evidente” dentro do Partido Socialista e “um total desrespeito pelos cidadãos, empresas e instituições que aguardam há anos pela revisão do PDM”.

“Aquilo que está a acontecer em Guimarães não é normal. É grave. O Partido Socialista está completamente à deriva. Há dois ou três anos que se nota esta separação entre o PS da Câmara e o PS eleitoral. E agora, com esta divergência sobre o PDM, atingimos um patamar ridículo”, afirmou Ricardo Araújo, acusando o PS de tentar “transformar a discussão política num espetáculo sem elevação”.

O vereador sublinhou a importância estratégica do PDM para o desenvolvimento de Guimarães e recordou que o documento já sofreu vários atrasos, com prazos e compromissos sucessivamente ultrapassados. “O presidente da Câmara apresentou o PDM há cerca de um mês e comprometeu-se a acelerar o processo. E agora o candidato do seu partido diz que não deve ser aprovado neste mandato? Isto é o grau zero da política”, referiu.

Araújo questionou diretamente o presidente da Câmara, Domingos Bragança, sobre se teria conhecimento prévio da posição de Ricardo Costa, ao que o autarca respondeu evasivamente: “Estava a pensar responder, mas entro na linha vermelha e não quero”.

“A Câmara não depende do presidente do PS local, nem nacional”, Domingos Bragança

Domingos Bragança rejeitou qualquer interferência externa na gestão municipal e reiterou que a revisão do PDM resulta de um trabalho técnico e interno, efetuado também com equipas externas. “A Câmara não depende do presidente do PS local nem nacional. Quem cá está foi eleito pelos vimaranenses. O presidente da Câmara não perguntou nada a ninguém antes de avançar, era o que faltava”, afirmou. O autarca acrescentou ainda que o documento “está controlado” e encontra-se em fase de discussão pública até ao próximo dia 3 de julho.

Ricardo Araújo esclareceu que a oposição ainda está a avaliar o conteúdo do PDM e que não há, para já, uma posição definida quanto ao sentido de voto. No entanto, exigiu que o processo siga o seu curso legal e célere, sem mais atrasos.

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