Ricardo Costa e Ricardo Araújo em primeiro debate público promovido por alunos da Francisco de Holanda
Ricardo Costa, candidato do Partido Socialista (PS), e Ricardo Araújo, candidato da Coligação Juntos por Guimarães (PSD/CDS-PP), protagonizaram na manhã desta sexta-feira, 13 de junho, o primeiro debate público entre os candidatos à presidência da Câmara Municipal de Guimarães.

© Helena Lopes / Mais Guimarães
O encontro teve lugar na Escola Secundária Francisco de Holanda, integrado na iniciativa “Da sala de aula à política local”, promovida pela turma CSE2 do 10º ano. O debate arrancou com o tema [entre outros] do orçamento municipal, que em 2024 atingiu um valor recorde de 220 milhões de euros.
Ricardo Costa destacou que o crescimento do orçamento resulta da estratégia do atual Executivo e da inclusão de financiamentos externos, como o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e o Portugal 2030. “É o maior orçamento de sempre porque há em curso um PRR, há empréstimos. Não há nada no orçamento que não esteja contratualizado. A Câmara está bem gerida e está estável ao nível financeiro”, afirmou, reconhecendo, no entanto, que “claro que não está tudo bem”.
Ricardo Araújo contrapôs, criticando o crescimento do orçamento “sem reflexos na vida dos cidadãos”. “Desde 2022 que o orçamento tem vindo a subir. A Coligação votou contra este Plano e Orçamento porque ele não responde às necessidades dos vimaranenses, que continuam à espera de soluções na mobilidade e na habitação pública. Este orçamento espelha incapacidade de gestão”, afirmou.
O candidato socialista respondeu defendendo a coerência e visão estratégica do Executivo. “O valor do orçamento reflete a inteligência das políticas públicas delineadas”, sustentou. Sobre mobilidade, mostrou-se, sem surpresa, contra o modelo BRT (Bus Rapid Transit), defendido pela Câmara, e voltou a apostar no Metro Ligeiro de Superfície (MLS) como solução eficaz, tanto a nível interno como nas ligações a Braga e à futura linha de Alta Velocidade. Quanto à habitação, reconheceu dificuldades, citando concursos desertos, mas lembrou que existem projetos prestes a avançar. “É um problema nacional, não apenas de Guimarães”, frisou.
Ricardo Araújo alertou que o aumento orçamental não se deve apenas a fundos europeus e lembrou que o PRR “é financiamento europeu, não foi o PS que o criou”. Ricardo Costa reagiu prontamente: “Mas foi o PS que o desenhou”. Criticou a elevada carga fiscal municipal, acusando o Executivo de sobrecarregar os cidadãos e as empresas. “A Câmara aplica a taxa máxima de 5% no IRS. Havia margem para aliviar os vimaranenses”, apontou. Acrescentou ainda que muitas freguesias continuam sem cobertura de transportes públicos e que os horários noturnos são insuficientes. “O PS fez muito pouco nos últimos anos, andou em ziguezague”, afirmou. Ricardo Araújo defendeu ainda a criação de um passe gratuito para jovens até aos 25 anos e de um passe acessível para toda a população. “Só assim se mudam mentalidades e se promove o transporte público”, defendeu.