Ricardo Costa não é candidato a deputado em caso de Legislativas antecipadas

Ricardo Costa, deputado do PS à Assembleia da República, e candidato socialista à Câmara de Guimarães nas Autárquicas deste ano, reagiu à crise política instalada através de um artigo de opinião com o título “De corpo e alma”. Garantiu que, em caso de Legislativas antecipadas, não será candidato porque a sua prioridade e a candidatura à Câmara de Guimarães.

© Ricardo Costa

“Não me faz sentido, no caso de eleições antecipadas, assumir um novo compromisso para mais um ciclo político, quando o meu foco é Afirmar Guimarães”, foi claro na declaração. Disse que a “vida política é feita de ciclos” e “o que deve permanecer entre eles é a coerência, a verdade e o sentido de compromisso”.

Afirma Ricardo Costa que “é necessário que se redefinam estratégias, que se avaliem resultados e se ponderem decisões”, e o que “importa é olhar para o país e, em particular, para Guimarães”.

É certo que há uma crise política em curso, cuja resposta mais óbvia passará por eleições legislativas antecipadas. Neste cenário, “e porque na política mais do que palavras são precisas atitudes, não serei recandidato a deputado à Assembleia da República”, avança Ricardo Costa. “Assumi este compromisso com os portugueses para esta legislatura e é minha intenção suspender funções a 01 de setembro, para me focar em exclusivo na campanha eleitoral. Mas não me faz sentido, no caso de eleições antecipadas, assumir um novo compromisso para mais um ciclo político, quando o meu foco é Afirmar Guimarães. De corpo e alma”, assegura.

E nesse exercício reflexivo, diz, “importa sublinhar, em primeiro lugar, a responsabilidade do PS, que tudo fez para salvar o país de uma crise política e de novas eleições”. Aliás, continua, “o PS deu imensas oportunidades ao primeiro Ministro para que pudesse explicar e clarificar tudo o que estava obscuro, e ainda está, no caso da empresa familiar “Spinumviva””, lê-se.

“O PS aprovou o Programa de Governo, viabilizou a proposta de Orçamento de Estado para 2025 e, mais recentemente, até recusou moções de censura. Depois de tudo isto, exigir confiança num Governo liderado por um primeiro Ministro politicamente fragilizado, envolvido em várias suspeições, é ir longe demais”, entende o deputado socialista.

⁠”Há muito que o primeiro Ministro e o Governo desejam uma crise política e anseiam por eleições”

É este o entendimento do deputado socialista vimaranense. “Esperando ansiosamente pelo jogo da vitimização para saírem legitimados pelo voto popular, na expectativa de se reforçarem, apagando os erros que são públicos”, refere. Mas, “o feitiço pode agora estar a voltar-se contra o feiticeiro”. E explica: “Primeiro, porque os supostos crimes não prescrevem nem se apagam em função de eleições legislativas. Segundo, porque o timing, a história e o fundamento desta crise são tudo menos favoráveis ao primeiro-ministro, que é o único responsável político por ela”.

Ricardo Costa entende que “os contornos políticos mais recentes fragilizam o Governo, mas desgastam toda a classe política e comprometem o desenvolvimento do país”. Seja na execução do Plano de Recuperação e Resiliência, seja no crescimento económico e em qualquer outra matéria ou setor. “Ninguém ganha com a crise”, no entanto, também diz que “perante o problema, é fundamental encontrar um referencial de esperança, de confiança e de seriedade”.

Ricardo Costa diz que Pedro Nuno Santos “tem estado à altura das suas responsabilidades e tem revelado um inquestionável sentido de Estado, que muitos não teriam conseguido manter, sem cair em opções eleitoralistas imediatas, repentinas ou levianas”.

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