Ricardo Costa: “Quero que fique bem claro que Guimarães é o meu foco”

O presidente da concelhia socialista é o primeiro nome indicado para a lista de deputados do círculo eleitoral de Braga. A eleição decorreu na noite de segunda-feira, dia 15 de janeiro. A provável eleição para a Assembleia da República não o afasta, no entanto, do objetivo de ser candidato à câmara municipal. O Mais Guimarães esteve à conversa com Ricardo Costa sobre os contornos desta decisão.

© Cláudia Crespo / Mais Guimarães

Como surge esta sua candidatura à Assembleia da República?

Surgiu com toda a naturalidade. Muitos militantes e dirigentes do PS Guimarães falaram e insistiram que devia assumir essa responsabilidade e esse desafio. Considero que a experiência de ser deputado à Assembleia da República, pelos contactos que permite, pelas dinâmicas que envolve será muito útil para o futuro. Acresce que defendo que cada militante deve estar sempre disponível para o Partido. Se o PS quer isso de mim, o meu dever é responder afirmativamente. Estar na política é ou deve ser um serviço ao Partido e aos cidadãos.

Estando em posição elegível, algo que naturalmente acontecerá, caso seja eleito, manterá a intenção de se recandidatar à presidência da concelhia?

Naturalmente serei candidato. Pretendo continuar o trabalho em prol do Partido Socialista e de Guimarães.

Acredita que ainda haverá eleições para a concelhia anteriores às autárquicas? Defende que deveriam acontecer, ou não?

Compete aos Órgãos Nacionais do PS decidirem. O normal, de acordo com os prazos estatutários, é que as eleições ocorram no terceiro trimestre deste ano. Aceitarei o que for decidido. Pela minha parte defendo eleições, porque fomos eleitos para dois anos e os prazos devem ser respeitados. Repito que aceito o que for decidido pelos Órgãos Nacionais do PS.

Espera ter oposição nessa eventual corrida à concelhia?

A principal variável da política e dos partidos em democracia é a competição. Por isso, é normal surgir mais que uma lista. O PS em Guimarães é muito forte. Tem militantes de grande qualidade e vive tempos de salutar dinamismo. É normal que surjam mais que uma lista. A competição nada tem a ver com a divisão. Podemos e devemos competir pelas nossas ideias e projetos e depois estar unidos e cooperar ativamente com quem for eleito nos objetivos e projetos do PS. Foi o que sempre fiz, apoiado pela maioria dos socialistas vimaranenses.

© Cláudia Crespo / Mais Guimarães

Elementos da câmara municipal, nomeadamente Paulo Lopes Silva, surge como possível opositor. Não conseguiu convencê-los a juntarem-se à equipa por si liderada?

A nossa candidatura e projeto são abertos a todos os que a ela pretendam aderir. Ninguém é excluído. É uma candidatura do PS por Guimarães. Queremos vencer as eleições para a câmara municipal e para as freguesias, para construir um projeto de desenvolvimento sustentado, de qualidade de vida e de bem-comum com todos os vimaranenses. Quem quiser estar com este projeto de renovação e para um novo avanço para Guimarães será bem-vindo. Com base nestas ideias, quero que todos façam parte. Mas quem não se identificar é livre de fazer o que entender.

Vencendo essas eleições para a concelhia, será candidato à presidência da câmara municipal?

Há muito tempo que defini o objetivo de ser candidato a presidente de câmara e de liderar um grande projeto por Guimarães e com os vimaranenses. Tenho-me preparado para isso. Esse objetivo foi sempre claro, desde logo quando concorri e venci as eleições para a concelhia. A minha convicção é de que posso fazer um grande trabalho à frente da nossa câmara municipal. Dito isto, quero que fique claro que serei candidato.

Caso seja deputado, não sai fragilizada a sua candidatura à câmara?

Os deputados em Portugal têm uma dimensão nacional. Defendem o interesse nacional. Respeitarei essa dimensão. Mas quero que fique claro que Guimarães é o meu foco e a minha preocupação. Quero ser deputado e estou convencido que tal será útil para o presente e para o futuro de Guimarães.

E se for eleito presidente da câmara, Guimarães perde o deputado na Assembleia da República?

A proposta da Comissão Política concelhia do PS de Guimarães apresenta várias considerações para a elaboração da lista de candidatos a deputados no círculo eleitoral de Braga. Sendo eu o primeiro nome vimaranense na ordenação dessa lista, indicamos também o nome de Gabriela Nunes – atual líder do grupo parlamentar do PS na Assembleia Municipal – e de Hugo Teixeira – militante da concelhia de Guimarães e Presidente da Federação Distrital de Braga da JS.
Guimarães tem garantida a representatividade que lhe é devida na lista de candidatos a deputados, através de uma proposta coletiva e amplamente aprovada pela Comissão Política concelhia do PS.

© Cláudia Crespo / Mais Guimarães

Que balanço faz do trabalho realizado neste mandato na concelhia?

Foi um mandato positivo, sobretudo porque foi construtivo e ao encontro dos vimaranenses. O PS cresceu muito com a adesão de novos militantes. Mantivemos uma boa relação com os militantes, nomeadamente com aqueles que assumem funções no poder autárquico, com a câmara, assembleia municipal e juntas de freguesia, em particular com o nosso presidente de câmara. A regularidade do mandato foi interrompida pelas eleições internas para o secretário-geral do PS.

Conseguiu cumprir o programa que apresentou aos socialistas do concelho?

Sim, mas com a interrupção que expliquei. Digamos que tivemos de dar atenção a outros importantes objetivos, como temos agora as eleições legislativas.

A unificação do partido era uma das bandeiras, foi conseguido?

O PS Guimarães nas batalhas democráticas externas tem estado solidamente unido. Estou certo que assim continuará a ser. Vamos prova-lo novamente nas eleições legislativas de 10 de março. Nesta perspetiva, levantamos bem alto a bandeira da unidade. Agora o PS é um partido plural e aberto com grande dinâmica e democraticidade interna. A nossa força também resulta desta pluralidade de pessoas, propostas e ideias.

As lutas internas têm prejudicado a governação socialista do concelho?

O PS tem governado bem, com resultados muito positivos. Estou certo que a grande maioria dos vimaranenses reconhece isto. Tem sido na realidade uma boa governação. Contudo, reconheço que num ou noutro caso, há quem coloque o seu interesse particular acima dos interesses do Partido e de Guimarães. Mas são casos isolados e excecionais. Evitemos confundir a árvore com a floresta.

Domingos Bragança tem ainda legitimidade para tomar decisões para além do seu mandato ou deverá tomá-las em consonância com as políticas da concelhia do partido?

O presidente da câmara tem legitimidade plena até ao último dia do mandato para que foi eleito e o apoio de sempre do Partido Socialista. Estou certo que Domingos Bragança, sempre que considerar necessário, sabiamente articulará com o Partido o que for necessário. O nosso secretário-Geral e espero que futuro primeiro-ministro, Pedro Nunos Santos, disse que António Costa terá o futuro que quiser. Também o digo que Domingos Bragança terá o futuro que quiser. A lei impede-o de ser candidato a presidente de câmara, mas tem muito a dar ao PS e a Guimarães

PUBLICIDADE

Arcol

Partilhar

PUBLICIDADE

Ribeiro & Ribeiro
Instagram

JORNAL

Tem alguma ideia ou projeto?

Websites - Lojas Online - Marketing Digital - Gestão de Redes Sociais

MAIS EM GUIMARÃES