O programa piloto implementado na cidade de Guimarães, A.Linho, que tem a Tradição do Linho como base para o desenvolvimento de ações que promovam a prática de atividade física, apresentou, esta quarta-feira, os seus resultados.

José Martins, da Tempo Livre, fez uma introdução do SPACHE, projeto coordenado pela Tempo Livre, na qual também a Câmara Municipal de Guimarães está envolvida, juntamente com mais sete parceiros europeus, o Grupo Folclórico da Corredoura, agrupamento de escolas do Vale de São Torcato e ainda a ADCL.

De acordo com o CE e o Eurobarómetro, “o património cultural estimula o crescimento, o desenvolvimento cultural e a criatividade” e “tem o poder de estimular a felicidade, a satisfação com as atividades de lazer e a saúde e bem-estar e é particularmente relevante para a promoção da atividade física”.

Assim, o SPACHE relaciona o “património cultural com a prática desportiva”, sendo um dos objetivos o de “aumentar o índice de atividade física” na Europa, que tem “um património muito rico”. As vantagens em relacionar desporto e património cultural são “claras”, porque, explicou José Martins, “os humanos estão desenhados para se moverem e serem ativos”. Porém, acrescentou, 23% dos adultos e 81% dos adolescentes (de 11 a 17 anos) não cumprem as recomendações da OMS sobre atividade física para a saúde e anualmente 35 milhões de pessoas morrem de doenças associadas à inatividade física.

Para além de Guimarães, os programas piloto tiveram lugar na Itália, nos Países Baixos e na Eslovénia. Desde caminhadas que terminaram com concertos, a fazer rapel na torre de uma igreja ou a juntar jogos tradicionais e modalidades mais contemporâneas, foram realizadas atividades muito diferentes.

Promoção do património cultural imaterial revelou-se “valiosa ocasião para promover tradições locais e prática de atividade física”

A nível europeu, em mais de 400 participantes, houve mais mulheres (63%) do que homens (37%) a participar e, na sua maioria, maiores de 65 anos.

Em Guimarães, participaram 163 pessoas: 80 no A.Linho na escola, 25 no A.Linho no ginásio e 58 no A.Linho no Vida Feliz. Dos participantes, 99% disseram que se divertiram com os colegas e 98% mostraram vontade de fazer mais desporto.

Falando do património, 98% dos intervenientes disseram ter aprendido coisas novas sobre Guimarães e as suas tradições. A promoção do património cultural imaterial revelou-se, assim, “uma valiosa ocasião para promover as tradições locais e a prática de atividade física”, sendo que “a participação dos seniores permitiu também avivar memórias pessoais relacionados com o património cultural e com a comunidade”.

Além disso, perceberam que o conceito do programa piloto é “facilmente replicável noutros contextos e com outras tradições”.

Nelson Felgueiras, vereador do Desporto, disse ter abraçado este projeto, que não começou com ele, “com entusiasmo”, por ser, entre outras coisas, “uma excelente oportunidade para nos afirmamos como comunidade”.

A.Linho é, acredita, uma forma de aproveitar uma tradição para “contar uma história comum”, até porque é um projeto “que conta também a história dos participantes mais velhos”.