“Tanto mês para tão pouco salário!”

Por Mariana Silva

Mariana Silva

Por Mariana Silva Setembro chegou chuvoso, tristonho, mas com as temperaturas a indicar que o Verão ainda não se despediu. Ouvimos nas mais diversas conversas que já não se distinguem as estações do ano e que “o tempo realmente está a mudar!”

A utilização do sinónimo “realmente” não é inocente, todos já ouvimos falar de Alterações Climáticas e das suas consequências para o nosso dia-a-dia. Contudo, o mês de Setembro não está só cinzento no céu.
Falam-nos de empresas que não vão manter as portas abertas, por causa de dificuldades de acesso à matéria prima, que remontam já antes do início com o Covid e no último ano com a guerra na Europa.

No entanto, não podemos esquecer que até junho deste ano os cinco principais bancos em Portugal aumentaram os seus lucros em 58% para quase 2.000 milhões de euros, a Galp Energia obteve um lucro de 508 milhões de euros e enquanto isso grande parte das famílias portuguesas tentam sobreviver.

O novo ano político, ao contrário do que é propagandeado, não trará grandes novidades. Os problemas dos vimaranenses não “tiraram férias” e alguns agravaram-se. Como continuamos a ver e a ler nas notícias as dificuldades com o acesso à Habitação agrava-se, os empréstimos continuam a subir, os preços dos bens essenciais continuam a subir e os combustíveis continuam a subir.

Tudo sobe menos os salários, que para o Governo de maioria PS são os únicos que podem ser regulados, que é sempre impossível aumentar, que a crise económica não permite mexer e é aos trabalhadores que se continua a pedir que façam esforços em nome dos lucros de poucos.

Em Guimarães há empresas que fazem despedimentos coletivos, encerram as portas ou estão em layoff. Neste concelho de salários baixos, que por si só já contribuem para fragilizar as economias familiares, são as mulheres que ficam mais fragilizadas e mais vulneráveis ao desemprego com todas as dificuldades acrescidas. Mas continuamos, e bem, a ouvir falar de investimentos e encomendas e lucros.

As propostas do Governo PS para compensar as famílias de possíveis dificuldades financeiras não passam de propaganda. Se há dinheiro para devolver as propinas aos alunos quando arranjarem o seu primeiro emprego, então é sinal que as propinas podem acabar dando mais folga aos estudantes para conseguirem fazer face às despesas que representa a opção pelo ensino superior.

Onde estão as residências universitárias para que os estudantes possam aceder ao ensino superior ou terminar os seus cursos?
Também em Guimarães se sentem estas dificuldades, os jovens que sonham sair de casa dos pais e os estudantes que querem apenas dar continuidade aos estudos, não o conseguem porque alugar um quarto ao preço de uma casa é incomportável para os orçamentos familiares.

A situação social no concelho dirá das grandes dificuldades que os vimaranenses estão a enfrentar. Em resposta, continuaremos a assistir à propaganda das grandes obras, aqui e ali, das vagas nas creches que afinal não correspondem às necessidades, as mudanças no SNS que só acrescentam mais dificuldades.
Propaganda que nada resolve, nem enche a barriga. Isso só mesmo com aumento de salários.

PUBLICIDADE

Arcol

Partilhar

PUBLICIDADE

Ribeiro & Ribeiro
Instagram

JORNAL

Tem alguma ideia ou projeto?

Websites - Lojas Online - Marketing Digital - Gestão de Redes Sociais

MAIS EM GUIMARÃES