TAPA OU NÃO TAPA, EIS A QUESTÃO!

ÂNGELA OLIVEIRA Advogada

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por ÂNGELA OLIVEIRA
Advogada

Definitivamente NÃO TAPAR!

Não defendo, não defenderei os hijabs, niqabs, burqas, burquinis, etc. e quaisquer outras vestimentas que entenda ser um rebaixamento à condição feminina.

“ É uma tradição que devemos respeitar”. Certo, sou uma pessoa conservadora, aceito esse argumento. Mas a mutilação genital também é uma tradição, casar meninas com 12 anos em algumas culturas também o é, proibir as mulheres de conduzir, de trabalhar, de ter o seu dinheiro, de lutar pela guarda dos filhos…

Se proibimos a imposição machista da desigualdade de género, se não aceitamos que a sociedade nos condicione a liberdade, porque “ respeitamos” que uma minoria trate e eduque dessa maneira as mulheres e as meninas da sua cultura?

“ Ao menos assim podem ir para a praia”. Mentira! Absurdo! Idiotice! Primeiro porque já iam, mas vestidas com roupa de algodão ( vi eu, ninguém me contou) e segundo…a sério que vamos pelo argumento do mal menor? O uso do burkini afinal dá liberdade às mulheres muçulmanas? O que virá a seguir? “ ainda bem que agora usam as chibatadas, porque antigamente era o apedrejamento”?

“ Cada um veste o que quer”…certo, é mesmo por aí, como se o uso do burkini não simbolizasse misoginia. Se vamos por aí então a discussão sobre violência doméstica vai começar a perder pontos.

“ As freiras também usam um hábito”!! Alguém duvida que só vai para freira quem quer?

Salve-se quem puder! Está tudo perdido, o ocidente perdeu-se no absurdo.

Efetivamente como li há dias, antigamente o Feminismo defendia as mulheres, atualmente defende uma ideologia.

Mas então, vamos ou não proibir o uso do burkini?

Não! Mas não por defender o seu uso, mas porque a sociedade em que quero viver não multa mulheres, não as prende, porque alguém lhes “ impõe” um modo de vida limitador.

Não posso defender que uma mulher no meio da praia passe a vergonha e o vexame de ser conduzida pela polícia porque cresceu a acreditar que deve viver assim! E por isso, Não, não tapar, mas calma aí, vamos lá pensar em maneiras mais eficazes de defender as mulheres.

Aliás, a verdade sobre a proibição do burkini nada teve a ver com direitos das mulheres, liberdade e igualdade. Mais uma vez, através de um símbolo, o ocidente pretendeu atacar os terroristas que defendem o seu uso. Infelizmente, o que se consegue com estas atitudes disfarçadas de boas intenções não é o que parece ser. Os grupos extremistas servem-se da inconsistência, das posições de força desnorteadas do ocidente para recrutar e justificar os seus ataques.

Devemos sim lutar contra o uso dos burkinis e afins, mas com “ armas” que consigam fazer passar a mensagem, com pedagogia, com psicologia e inteligência, não com a brutalidade do costume.

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