TRABALHADORES DA FIAÇÃO DA SOMELOS SUSPENDEM GREVE ESTE SÁBADO

Greve fica suspensa até à próxima terça-feira.

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Greve fica suspensa até à próxima terça-feira. Caso os salários não sejam pagos até ao final desse dia, há nova greve na quarta-feira. Bloco de Esquerda já levou a situação ao Parlamento.

A Somelos “vem atrasando o pagamento dos salários já desde o final do ano 2018”. ©Somelos Tecidos

Os trabalhadores da fiação da Somelos, empresa têxtil sediada em Ronfe, encontram-se em greve desde a última quinta-feira. A paralisação mantém-se até ao final do terceiro turno de sábado. Em causa está a falta do pagamento dos salários referentes ao mês de dezembro. Segundo Elisabete Gonçalves, dirigente do Sindicato do Vestuário, Confeção e Têxtil da Região Norte, a greve será suspensa “até ao dia proposto” pelos trabalhadores para pagamento, que é terça-feira; caso a Somelos não o faça, a nova interrupção está marcada para a próxima quarta-feira.

Contudo, os trabalhadores da fiação daquela empresa já tinham comunicado um pré-aviso de greve em outubro passado. É que a Somelos “vem atrasando o pagamento dos salários já desde o final do ano 2018”, refere Elisabete Gonçalves. “Durante 2019, tem pagado os salários com significativo atraso e de forma faseada”, acrescenta. Por isso, os trabalhadores “concederam um prazo para pagamento dos salários” — ao dia 08 de cada mês — e a empresa cumpriu até outubro. Nesse mês, terão recebido o salário no dia 14; caso a Somelos não o fizesse até esse dia, os trabalhadores entrariam em greve no dia seguinte.

De acordo com a dirigente sindical, a empresa “tentou encontrar forma de regularizar a situação” e “foi possível propor o pagamento aos trabalhadores até às 23h59 de terça-feira”. “É uma empresa com debilidades e tem dificuldade em pagar o salário. Já não contamos com as faltas de comissões. É uma situação que se arrasta há um ano e há famílias inteiras, casais, mães e pais a trabalhar na Somelos. Foi como uma bola de neve e os trabalhadores estão numa situação complicada”, acrescenta Elisabete Gonçalves.

A situação chegou ao Parlamento. O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) questionou o Governo sobre a situação. De acordo com o comunicado enviado pelo partido às redações, “os deputados eleitos pelo circulo eleitoral de Braga, José Maria Cardoso e Alexandra Vieira, pretendem conhecer os relatórios das intervenções da Autoridade para as Condições do Trabalho e se o Ministério do Trabalho e Segurança Social vai tomar medidas para garantir os direitos destes trabalhadores”. Os deputados afirmam ainda que “esta situação cria dificuldades à vida destes trabalhadores e trabalhadoras, havendo inclusivamente casos dos dois elementos do casal estarem com os salários em atraso, colocando graves problemas ao cumprimento dos compromissos assumidos por estas pessoas, nomeadamente o pagamento da renda e das prestações do créditos à habitação”. O BE entende que “o agravamento das condições sociais destas famílias exige intervenção urgente do Governo e da Autoridade para as Condições do Trabalho para a reposição da legalidade, designadamente o pagamento dos salários em atraso”.

Os bloquistas notaram que o grupo “tem vindo a demonstrar muitas dificuldades e várias empresas do conglomerado já recorreram a Planos Extraordinários de Recuperação” por algumas vezes. Para a dirigente sindical Elisabete Gonçalves, o atraso no pagamento nas empresas do setor têxtil “não é anormal”. “Há empresas em que é rotineiro o pagamento tardio dos salários. A situação não é de agora”, conclui.

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