O Centro de Engenharia Biológica (CEB) da Universidade do Minho está a desenvolver uma tecnologia para detetar rapidamente bactérias que causam infeções secundárias em doentes Covid.
Esta solução, que pressupõe a utilização de antibióticos específicos com base em proteínas de bacteriófagos (vírus que infetam apenas bactérias e não células humanas/animais e vegetais), ganha uma maior relevância nesta altura de pandemia.
O responsável pela investigação, Sílvio Santos, explica que “a Covid-19, sendo uma doença respiratória viral, predispõe os doentes a infeções bacterianas secundárias”.
“Foi demonstrado que a grande maioria das mortes na altura da gripe espanhola foi causada por infeções bacterianas secundárias e não diretamente pela gripe. Além disso, num estudo feito em Wuhan, na China, foi revelado que 50% das mortes associadas à Covid-19 eram devido a essas infeções secundárias”, acrescenta o responsável.
Sílvio Santos esclarece ainda que, através desse recurso, que acaba por atuar em todo o organismo e, por isso, noutras bactérias, é potenciada “uma resistência bacteriana”. “Numa próxima infeção podemos não conseguir tratar o doente porque as bactérias estão protegidas contra o antibiótico”.
A expetativa é que até ao final do ano comece a ser usada nos hospitais e em laboratórios de análises clínicas.