Urgência aciona Fundo de Salvaguarda e apressa obras na Igreja da Costa

Foram esta sexta-feira, dia 04, assinados os protocolos para reabilitar o Padrão de S. Lázaro e a Igreja de Santa Marinha da Costa. Sinalizados ficam os 300 mil euros por ano para o CIAJG, que um Governo em gestão não pode protocolar.

© Helena Lopes / Mais Guimarães

Dalila Rodrigues, Ministra da Cultura do Governo ainda em funções, deslocou-se esta sexta-feira, dia 04, a Guimarães para assinar dois documentos importantes no que toca a preservação do património local, a requalificação da Igreja de Santa Marinha da Costa e do Padrão D. João I, ou de S. Lázaro, como é conhecido, alvo de atos de vandalismo em julho de 2024.

Os protocolos foram assinados no Salão Nobre da Autarquia, na presença de Domingos Bragança, autarca de Guimarães, João Soalheiro, diretor do Património Cultural, e António Ramalho, presidente da Fundação da Batalha de Aljubarrota. Nota ainda para a presença de Nuno Melo, Ministro de Estado e da Defesa, para o Secretário de Estado Adjunto da Presidência, o vimaranense Rui Armindo Freitas e dos deputados na Assembleia da República, Ricardo Costa, pelo PS, e Ricardo Araújo, pelo PSD.

“A nossa presença em Guimarães parte de um reconhecimento e importância desta cidade e das suas gentes, assim como da enorme qualidade do seu património não apenas artístico edificado, mas também o centro histórico e do muito que há a reabilitar”, reconheceu Dalila Rodrigues. Quanto à reabilitação do Padrão D. João I, “é importante restituir a integridade material a uma obra que tem importância histórica e identitária na história de Portugal”, disse.

© Helena Lopes / Mais Guimarães

Igreja da Costa: Criadas equipas técnicas e primeira reunião para depois da Páscoa

No que toca à Igreja de Santa Marinha da Costa, foi assinado um memorando de entendimento entre o Ministério da Cultura e o Município para a valorização, o restauro de todo o património histórico, esperando que tenha efeitos imediatos na reabilitação da Igreja, e para o qual serão criadas equipas técnicas, do Município e do Património Cultural.

Dentro de um mês, haverá uma reunião entre as partes, para avançar, o mais rápido possível, com o processo de burocracias que antecedem uma obra desta envergadura.

Através do Fundo de Salvaguarda [para situações de emergência], haverá, em breve, uma intervenção na Igreja. “Cheguei ontem [quinta-feira, dia 03], já tive a oportunidade de visitar a Igreja, e de facto está numa situação de emergência, devia ter sido substituída a cobertura já na altura da intervenção do arquiteto Fernando Távora na Pousada, que é um excelente espaço, mas a Igreja ficou para trás e isso não devia ter acontecido”.

“Fui interpelada na Assembleia da República pelo senhor deputado Ricardo Araújo no sentido de ter uma intervenção, assumi esse compromisso, palavra dada é palavra honrada e aqui estamos”, disse a Ministra, no final, aos jornalistas.

As Festas Nicolinas não foram esquecidas pelo presidente do Instituto do Património Cultural que deu como garantia o seu empenhamento para inscrever as Festas Nicolinas na lista do Património Cultural Imaterial.

Domingos Bragança demonstrou, na sua intervenção, a sua satisfação por ver desbloqueadas duas situações que preocupavam a Câmara e os vimaranenses. “Este protocolo tem um valor excecional e a Câmara de Guimarães cumprirá o que está estabelecido”, garantiu o edil.

Por diversas vezes, Dalila Rodrigues abordou o nome do deputado vimaranense Ricardo Araújo, elogiando a sua insistência para que estes problemas fossem resolvidos. No final, aos jornalistas, disse que “fez apenas” o seu papel. “Quando há um ano me candidatei à Assembleia da República, disse que teria os temas, os desafios e objetivos de Guimarães como prioridade na minha ação como deputado e foi isso que fiz. Apresentei à senhora Ministra três prioridades no setor da Cultura, o financiamento do CIAJG, a reabilitação da Igreja da Costa e do Padrão de S. Lázaro e penso ter feito a minha obrigação e aquilo com o que me comprometi. Hoje é um dia verdadeiramente feliz para Guimarães”, disse o deputado do PSD, adiantando que há outros assuntos para desbloquear, nomeadamente nos setores da Justiça, infraestruturas e transportes, assim como na economia.

© Helena Lopes / Mais Guimarães

“Queremos que se concretize porque o património degrada-se cada vez mais a cada Inverno”, padre Carlos Sousa

A comitiva procedeu depois a uma visita à Igreja de Santa Marinha da Costa e o padre Carlos Sousa disse, no final, aos jornalistas que este era um dia feliz não só para si, como pároco, como para toda a comunidade da paróquia que usa o espaço. “Para os paroquianos este é um edifício que lhes diz muito, houve pessoas que aqui nasceram e celebraram aqui todos os sacramentos, e há essa ligação forte. Hoje podem sentir o renascer da esperança de que será intervencionada”. Uma reivindicação sua desde 2009, devido à degradação: “Há mais de dez anos que vou chamando a atenção para este local, ainda fomos cuidando, restaurante algumas peças e imagens, mas coloca-las num espaço húmido, voltavam a degradar-se”.

“Sinto uma alegria de ver concretizar-se esse sonho que salvaguarde o património e que crie as condições para que a comunidade possa continuar a frequentar”. Só acredita quando vir? “É esse o sentimento que temos, tudo indica que não é apenas promessa, há protocolo assinado, queremos que se concretize porque o património degrada-se cada vez mais a cada Inverno”

Financiamento de 300 mil por ano ao CIAJG sinalizado

Como não poderia deixar de ser, o Centro Internacional das Artes José de Guimarães, esteve também em destaque. Há muito que Guimarães reclama pé de igualdade com Lisboa e Porto, no que toca a financiamento do Estado a infraestruturas resultantes dos títulos Capital Europeia da Cultura, casos do Centro Cultural de Belém e Casa da Música. Com o CIAJG isso não tem acontecido e a Ministra teve uma palavra a dizer sobre isso: “Infelizmente, estamos em gestão, eu não posso desenvolver o projeto, mas a ideia é que este CIAJG beneficie de um apoio anual fixo e que possa ser dinâmico no futuro, tal com as Fundações sedeadas no Porto e em Lisboa. Guimarães também foi Capital Europeia da Cultura em 2012 e aqui estou para sinalizar a necessidade de enquadrar um orçamento que andará em torno dos 300 mil euros por ano”.

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