Várias empresas vimaranenses denunciadas na plataforma despedimentos.pt

Plataforma criada pelo Bloco de Esquerda no contexto da pandemia vê o número de denúncias crescer desde o primeiro dia. Em Guimarães, as denúncias apontam para incumprimentos de regras de saúde e segurança, mas também imposições.

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Plataforma criada pelo Bloco de Esquerda no contexto da pandemia vê o número de denúncias crescer desde o primeiro dia. Em Guimarães, as denúncias apontam para incumprimentos de regras de saúde e segurança, mas também imposições.

© CMG

Imposições de horários alargados ou de férias. Incumprimento de regras de saúde e de segurança. Salários em atraso. Estas são algumas das expressões que mais se encontram no site despedimentos.pt, uma plataforma que visa “mapear a irresponsabilidade social de quem despede e abusa dos trabalhadores em plena pandemia”, como explica Sónia Ribeiro, Coordenadora Concelhia de Guimarães do Bloco de Esquerda (BE). Nos primeiros dez dias, a plataforma criada pelo partido recebeu “mais de 800 denúncias”. “Começou-se logo a suspeitar que iriam ocorrer inúmeros atropelos”, diz.

Uma das empresas denunciadas é a Tearfil, mas há uma resposta por parte da empresa. A delegada de Higiene e Segurança do Trabalho da empresa afirma que se cumprem todas as medidas para conter a propagação da covid-19. Ali já houve casos confirmados: “Tivemos três casos suspeitos, dois deles positivos, mas que já estavam em casa há algum tempo.” Cristina Castro, a fonte da empresa ouvida, aponta que a Tearfil emprega 200 trabalhadores e não 150, ao contrário do que a denúncia que consta do site indica. Acrescenta ainda que foi realizado um reforço do material, como os dispensadores, mas observa que existe “algum desperdício” dos meios. “Há máscaras disponíveis, há luvas. O trabalho que alguns trabalhadores executam em determinadas zonas torna difícil usar luvas, mas a possibilidade de cruzamento entre trabalhadores é reduzida. Uma pessoa está disponível para cinco máscaras”, explica. A delegada refere ainda que alguns trabalhadores “estiveram na iminência de processos disciplinares” por não utilizarem o álcool gel disponibilizado.

No site encontra-se ainda uma denúncia referente à empresa Pimba que, de acordo com a plataforma, estará a impor “horários de trabalho alargado”, não sendo possível obter declarações por parte das mesma até ao momento. A Malhas Texal, uma empresa têxtil especializada na confeção de pijamas, também conta com uma denúncia. De acordo com a mesma, a empresa “mantém entre 20 a 25 das trabalhadoras em atividade presencial, em condições que não respeitam as recomendações da Direção-Geral da Saúde”. Contudo, a resposta da administração da empresa desmente a informação patente na plataforma, garantindo que “a distância de segurança se cumpre” e que há máscaras e álcool gel disponíveis para os trabalhadores. “Os fornecedores não entram”, informa ainda a mesma fonte, acrescentando: “O patrão é o maior defensor dos trabalhadores”.

Empresas em “grandes dificuldades”

Para Sónia Ribeiro, o ponto de situação nas empresas vimaranenses “é complicado” e “tende a ficar ainda mais”. “O lay-off nunca foi a primeira situação apontada. Obrigaram os trabalhadores a gozar férias ao primeiro sinal de abrandamento das encomendas. Entretanto, chegou-se à conclusão de que não seria passageiro e houve empresas que iniciaram o acesso ao lay-off simplificado”, explica. A bloquista indica ainda que a proteção dos trabalhadores fica comprometida pelas próprias limitações da ACT: “Para já, têm um trabalho muito limitado no que diz respeito à burocracia. Os processos são muitos e são muito burocráticos. Nesta questão em específico, parece um contrassenso, já que a maioria dos trabalhadores da ACT está em teletrabalho. A intervenção no terreno está limitada.” Em relação ao resto do país, Sónia Ribeiro garante indica que o número de denúncias no distrito de Braga “é relativamente grande”, notando-se em Guimarães uma maior incidência de casos do setor têxtil. “E temos uma série de micro e médias empresas que passam grandes dificuldades”, acrescenta.

O Mais Guimarães tentou contactar o Sindicato Têxtil do Minho e Trás-Os-Montes, mas, também até ao fecho desta edição, não foi possível recolher informações acerca do assunto.

Artigo atualizado às 15h24 com as declarações da administração da empresa Texal.

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