Guimarães entra na luta europeia pela capacidade de supercomputação

O Deucalion vai multiplicar por 10 a capacidade computacional portuguesa.

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Foi assinado, no dia 5 de fevereiro, o contrato de aquisição do Deucalion, o novo supercomputador que vai ser instalado no Avepark, passando a fazer parte do Minho Advanced Computing Centre (MACC). O contrato foi assinado entre a European High-Performance Computing Joint Undertaking (EuroHPC JU), a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e a Fujitsu, a empresa fornecedora da tecnologia.

Deucalion será instalado no Parque de Ciência e Tecnologia em Barco. Foto: DR

O Deuclaion vai juntar-se ao Bob, o primeiro supercomputador português, alojado no Centro de Dados da REN em Riba de Ave (Famalicão), mesmo ao lado de uma subestação elétrica. O Bob também faz parte do MACC e foi inaugurado em julho de 2020. Este primeiro supercomputador luso resulta de uma parceria entre a FCT e a Universidade do Texas, em Austin. O Bob é gerido pela REN e pela NOS e multiplicou a capacidade de computação do país em cerca de 10 vezes. Este primeiro supercomputador do MACC tem uma capacidade de memória de 266TBytes, 1PByte de capacidade de armazenamento e 1 PFlop de capacidade de cálculo. Inclui 800 nós de computação.

Bob, o primeiro supercomputador luso entrou em funcionamento em Julho de 2020.

Apesar dos números impressionantes do Bob, o Deucalion mede-se noutra escala. O Deucalion conseguirá executar pelo menos 10 mil biliões de operações por segundo (10 Petaflops), quer dizer, 10 vezes mais do que o Bob (mil biliões).

Esta capacidade de computação vai permitir aos investigadores europeus, e aos portugueses em particular, trabalharem ao mais alto nível mundial, fazendo investigação de ponta em áreas como a medicina, meteorologia, mobilidade, distribuição de energia, engenharia de materiais, industria automóvel e aeroespacial.

“Este supercomputador insere-se no envolvimento de Portugal na estratégia europeia de computação avançada e permitirá apoiar empresas de diferentes dimensões a tirarem partido das simulações computacionais para experiências morosas, dispendiosas, devido aos limites físicos da realidade. Além disso, deverá ainda pautar-se pelo uso de unidades de produção de energia renovável, o que é de enorme relevância para o país e para Guimarães”, Domingos Bragança

O novo supercomputador, a instalar no Avepark, resulta de um esforço conjunto cofinanciado pela FCT, pelo Fundo de Apoio à Inovação, o Fundo de Eficiência Energética, os Fundos Estruturais Europeus da Região Norte de Portugal, o Município de Guimarães e a EuroHPC JU que irão contribuir com 6,95 milhões de euros. Representando um investimento conjunto de mais de 20 milhões de euros nos próximos três anos, o Deucalion deverá estar operacional ainda em 2021.

A Europa pretende dar um salto da posição atrasada em que se encontra na área da supercomputação, atrás da China e dos EUA. De acordo com EuroHPC, “nenhum dos supercomputadores da UE pertence ao Top 10 mundial e os que existem dependem de tecnologia não europeia”. Disto resulta a necessidade de instituições europeias processarem dados foram da UE, com os problemas que isso acarreta em termos de confidencialidade de dados, propriedade intelectual e confidencialidade das transações comerciais.

Nessa medida, um dos objetivos do EuroHPC é criar uma estrutura de supercomputação pan-europeia. Desta forma pretende-se tornar acessível a um a grande número de utilizadores públicos e privados, incluindo pequenas e médias empresas, as capacidades de supercomputação europeias.

O agregado computacional que vai ser instalado no Avepark pesa 26 toneladas e consome cerca de 1,7 MW. A energia deverá ser fornecida a partir de energias renováveis. “O Deucalion será um dos primeiros projetos europeus de supercomputação com um nível reduzido de emissões de carbono, alinhado com o Pacto Ecológico Europeu. Toda a operação deste supercomputador será baseada em fontes de energia renováveis, seja pela produção direta de eletricidade a partir de tecnologias baseadas nas energias solar e eólica numa lógica de autoconsumo, ou combinando-a com sistemas de armazenamento”, afirma o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, na página de internet do Governo. Estes objetivo é especialmente importante quando se sabe que cerca de 2% do consumo mundial de energia e 3% das emissões de gases com efeito de estufa têm origem nos centros de dados onde estão instalados supercomputadores.

A capacidade do Deucalion será complementada por mais quatro supercomputadores petascale EuroHPC que serão instalados no Luxemburgo (LuxProvide), Eslovénia (IZUM), República Checa (IT4Innovations National Supercomputing Center) e Bulgária (Sofiatech). Além destes, há também mais três supercomputadores pre-exascale EuroHPC localizados na Finlândia (CSC – IT Center for Science), Itália (CINECA) e Espanha (Barcelona Supercomputing Centre).

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