“Bantu” é uma peça que retrata o “cruzamento de linguagens e deste encontro entre povos europeus e a cultura africana”, explica o diretor artístico Victor Hugo Pontes. Entre diferentes línguas e diferentes danças, “Bantu” fala sobre “a construção de uma linguagem comum ou a utopia de que todos podemos habitar o mesmo mundo e partilhar a mesma língua”, acrescenta.

O espetáculo que abre as hostes da 13.ª edição do Guidance nasceu de um convite feito pelos Estúdios Vitor Cordón e pelo Camões – Centro Cultural Português em Maputo, em que as instituições pediram ao vimaranense para criar uma peça que “cruzasse bailarinos moçambicanos e europeus.”

© Leonardo Pereira/ Mais Guimarães

Mais do que uma “ocorrência linguística”, a peça dirigida por Victor Hugo Pontes é “comunidade. Pretendemos quase criar uma nova língua formada pelos diferentes imputs dos intérpretes”, esclarece o diretor artístico.

Para Victor Hugo Pontes, abrir o Guidance “sendo vimaranense ou não é uma responsabilidade muito grande. Mas sendo natural de Guimarães é vestir a camisola e fica-me muito bem.” Por fim, o diretor artístico expressa que “é um privilégio e uma honra ter a oportunidade de partilhar o meu trabalho em Guimarães.”

Depois de estrear no Teatro S. João, a peça subiu ao palco do Teatro S. Carlos em janeiro deste ano. Victor Hugo Pontes frisa que “apresentar este espetáculo que fala do encontro entre portugueses e o povo Moçambique no palco do S. Carlos num ano em que comemoramos 50 anos do 25 de abril, foi muito significativo.”