25ª edição Concentração Motard Guimarães: Entramos em Sons of Anarchy
Respirou-se arrojo, ousadia e muito rock n’ roll, no Parque de Lazer de Selho.

motard
Respirou-se arrojo, ousadia e muito rock n’ roll, no Parque de Lazer de Selho. Para aqueles que pisavam o recinto pela primeira vez, o sentimento era comum: Teríamos acabado de entrar num episódio de Sons of Anarchy ou ao lado de Wyatt em Easy Rider?

O sentimento de comunidade e companheirismo entre os motards presentes na 25.ª Concentração Motard Guimarães saltava à vista, assim como os copos de cerveja que chegavam a par e passo.
Aqui, os coletes funcionam como documentos – pessoais e intransmissíveis – , nos quais se vão adicionando emblemas que contam a história de uma vida.
Como é tradição, houve espaço para uma “bike wash”, uma prova dos lenços, freestyle por Rui Armada, almoços convívio e dois passeios mototurísticos, um pelo coração da cidade-berço e outro pelas diversas freguesias do concelho.


De Norte a Sul, milhares se fizeram representar naquilo que classificam como “um evento de excelente organização”.
Neste que foi um regresso “em grande”, pós-pandemia, eram esperadas cerca de 4.500 motas no recinto. Ainda assim, logo no segundo dia do evento, esse número foi amplamente superado.
Com um cenário ideal para contacto com a natureza e espaço de sobra para campismo, Gaspar Marques, presidente do Clube Motard de Guimarães, faz um balanço muito positivo desta edição e garante que “a adesão superou todas as expectativas”, com uma enchente que já não se verificava há vários anos”.

Ao contrário das previsões climatéricas, que ao início da semana apontavam para um fim de semana de muita chuva, a verdade é que o sol e calor que se fez sentir foi o mote para que muitos motards visitassem o evento de entrada livre.
No total, o Parque de Selho foi o ponto de encontro de oito mil motorizadas, um número que não deixa dúvidas sobre a continuidade do evento. “Esta adesão obriga-nos a melhorar e a pensar em mais ideias para tornar o evento ainda melhor”, referiu o organizador.

Hélder Leite confirma que, este ano, as dificuldades de organização foram praticamente inexistentes. Destacando o apoio prestado pela Câmara Municipal, pela autarquia local e pelas forças de segurança, o membro da organização confirmou que “todos trabalharam em prol do evento”, numa altura em que diz ser notória uma “fome de eventos”.
David Barroso diz-se um “lobo solitário” no que toca à sua relação com as motorizadas. Apesar de não pertencer a nenhum moto clube, diz marcar presença nas concentrações sempre que tem disponibilidade, com as suas três “meninas” – Suzuki intruder, Kawasaki Ninja e uma Zontes Z2.

“Já fui a muitas concentrações, em Braga, Gerês, Barcelos, Viana, entre outras. O ambiente aqui está muito bom”, garantiu o bracarense, garantindo que gosta do convívio e de rever pessoas que habitualmente encontra neste tipo de eventos.
A mesma opinião é partilhada por André Faria, natural de Vizela. “Simplesmente adoro isto. Acho só que o evento deveria acontecer no centro de Guimarães, junto ao Castelo, uma vez que são os conquistadores”, sugeriu.

As quatro Harley-Davidson impecavelmente estacionadas no perímetro do recinto davam conta da presença dos Black Riders. O moto clube de Gaia uma presença assídua. “Já venho cá há mesmo muitos anos, na altura o evento ainda tinha lugar nas Taipas. Todos estão de parabéns, quer pela programação, quer pelo local escolhido”, António Fonseca, presidente do Moto Clube.
Já o presidente do Moto Clube de Vizela saudou o facto da organização ter tomado iniciativa de não cobrar entrada no evento, o que “ótimo porque assim as pessoas só gastam o que podem e não aquilo que lhes obrigam a gastar”.

“Há malta que gosta mesmo muito disto e quando chega à porta às vezes já não entra. Alguns até abdicam de certas coisas nas suas vidas para participarem nestes eventos”, disse o dirigente, acrescentando que “quem cá para é tudo gente boa”.

