IGUALDADES
RUI ARMINDO FREITAS Economista

por RUI ARMINDO FREITAS
Economista
No passado dia 8 de Março, celebrou-se o Dia Internacional da Mulher. De entre a febre de comemoração de dias de tudo e mais alguma coisa, este é um dos que tem um significado mais relevante, por se tratar de assinalar as conquistas feitas no passado, no sentido de termos uma sociedade justa e igualitária. Apesar disto, confesso que me causa alguma urticária, que algumas franjas da sociedade, encarem esta celebração de conquistas passadas, com uma abordagem populista, anacrónica e completamente desajustada das sociedades ocidentais contemporâneas. Entendo que, esta celebração deve servir de mote para inspirar a evolução de sociedades atrasadas e em que, em função de género, ou de outra diferença face aos demais, se vede o acesso não só à cidadania plena como também aos direitos básicos de cidadania. Contudo uma abordagem ocidental de drama constante em volta das questões de género, só serve para apoucar um género em relação a outro. Eu, acredito com firme convicção, que pertenço a uma geração em esta discussão e esta celebração, para além do primeiro propósito que referi, é uma perda de tempo que chega a parecer algo ridícula. Eu, acredito pertencer a uma geração, que nem tão pouco equaciona discriminar em relação a género, por entender que no mundo ocidental contemporâneo não se olha a homens ou mulheres, mas a cidadãos. Acho um absurdo que alguém se detenha, como ainda há pouco tempo um partido da extrema esquerda portuguesa, se deveríamos ter para além do Cartão do Cidadão, o Cartão da Cidadã, uma vez que o primeiro só se referia ao género masculino, ignorando esta força política que esta diferença nada tinha que ver com discriminação, mas com regras da língua portuguesa. A própria lei das quotas em vigor no nosso país, é, a meu ver, a mais clara forma de menorização de um género em relação ao outro. Ao longo da minha vida académica e profissional, tenho-me cruzado com centenas de pessoas, umas mais brilhantes que outras, é certo, mas não consigo destrinçar se a sua maioria era homem ou mulher, porque julgo nunca me ter detido um segundo sequer a fazer essa reflexão idiota e sem lugar. Mas da mesma forma que julgo caricata a lei das quotas, julgo também que numa sociedade evoluída o papel da mulher enquanto elemento fundamental para o desenvolvimento da sociedade no papel imutável da maternidade deve ser apoiado e, isso sim, devem ser criadas condições para que num mundo altamente competitivo, o papel de mãe possa ser conciliado com a competitividade laboral, para que uma virtude que um género tem em relação ao outro, não se possa converter numa desvantagem. Assim sendo, resta-me felicitar todos quantos no passado foram fundamentais para acabar com injustiças sociais que se baseavam na diferença de género e vincando bem a diferença óbvia entre homens e mulheres, dizer que hoje todos somos fundamentais para construir uma sociedade justa, mas sem feminismos bacocos e retrógrados próprios de quem não evoluiu.
Não podia deixar de assinalar também o dia 9 de Março, data em que se comemora o aniversário de nascimento de Martins Sarmento e que mais uma vez, como é tradição em Guimarães, aquela distinta Sociedade Cultural e Científica, distinguiu os melhores alunos do nosso concelho naquele que é conhecido por todos nós vimaranenses como “O Prémio”. Os meus parabéns a todos quantos foram distinguidos e à Sociedade Martins Sarmento por se manter firme como uma colectividade charneira de Guimarães, com forte reconhecimento nacional.
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