Ricardo Costa, candidato do PS à Câmara de Guimarães – De corpo e alma

Não me faz sentido, no caso de eleições antecipadas, assumir um novo compromisso para mais um ciclo político, quando o meu foco é Afirmar Guimarães.

Ricardo Costa

A vida política é feita de ciclos. O que deve permanecer entre eles é a coerência, a verdade e o sentido de compromisso. Para isso, é necessário que se redefinam estratégias, que se avaliem resultados e se ponderem decisões. Assim, importa olhar para o país e, em particular, para Guimarães.

Os vimaranenses sabem quem sou. Conhecem o meu pensamento e o meu percurso profissional e político. Sendo deputado à Assembleia da República e candidato a presidente da Câmara Municipal, e tendo estabelecido o compromisso de Afirmar Guimarães, não posso deixar de refletir sobre o atual contexto nacional e, simultaneamente, sobre o lugar que Guimarães ocupa no âmbito das minhas prioridades.

Nesse exercício reflexivo, importa sublinhar, em primeiro lugar, a responsabilidade do Partido Socialista, que tudo fez para salvar o país de uma crise política e de novas eleições. Aliás, o PS deu imensas oportunidades ao primeiro-ministro para que pudesse explicar e clarificar tudo o que estava obscuro, e ainda está, no caso da empresa familiar Spinumviva.

Desde o início da legislatura, o PS aprovou o Programa de Governo, viabilizou a proposta de Orçamento de Estado para 2025 e, mais recentemente, até recusou moções de censura. Depois de tudo isto, exigir confiança num Governo liderado por um primeiro-ministro politicamente fragilizado, envolvido em várias suspeições, é ir longe demais.

⁠Há muito que o primeiro-ministro e o Governo desejam uma crise política e anseiam por eleições, esperando ansiosamente pelo jogo da vitimização para saírem legitimados pelo voto popular, na expectativa de se reforçar, apagando os erros que são públicos. Ora, o feitiço pode agora estar a voltar-se contra o feiticeiro. Primeiro, porque os supostos crimes não prescrevem nem se apagam em função de eleições legislativas. Segundo, porque o timing, a história e o fundamento desta crise são tudo menos favoráveis ao primeiro-ministro, que é o único responsável político por ela.

Os contornos políticos mais recentes fragilizam o Governo, mas desgastam toda a classe política e comprometem o desenvolvimento do país. Seja na execução do Plano de Recuperação e Resiliência, seja no crescimento económico e em qualquer outra matéria ou setor. Ninguém ganha com a crise.

Agora, perante o problema, é fundamental encontrar um referencial de esperança, de confiança e de seriedade. O PS está onde sempre esteve e com quem sempre esteve: do lado do compromisso e com os portugueses.

Muito em particular, Pedro Nuno Santos tem estado à altura das suas responsabilidades e tem revelado um inquestionável sentido de Estado, que muitos não teriam conseguido manter, sem cair em opções eleitoralistas imediatas, repentinas ou levianas. Há um caminho formal que nos foi apontado pelo Presidente da República e que a atual composição da Assembleia da República deixa antever. Trata-se de uma crise política em curso, cuja resposta mais óbvia passará por eleições legislativas antecipadas.

Neste cenário, e porque na política mais do que palavras são precisas atitudes, não serei recandidato a deputado à Assembleia da República. Assumi este compromisso com os portugueses para esta legislatura e é minha intenção suspender funções a 1 de setembro, para me focar em exclusivo na campanha eleitoral. Mas não me faz sentido, no caso de eleições antecipadas, assumir um novo compromisso para mais um ciclo político, quando o meu foco é Afirmar Guimarães. De corpo e alma.

 

 

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