A intervenção, promovida pela Câmara Municipal de Guimarães em colaboração com as autarquias envolvidas, representou um investimento de 420 mil euros.

A cerimónia reuniu a comunidade local e diversas entidades oficiais, incluindo o presidente da Câmara, Domingos Bragança, o presidente da CCDRNorte, António Cunha, bem como os deputados à Assembleia da República Ricardo Costa (PS) e Ricardo Araújo (PSD/CDS-PP), ambos candidatos à presidência da Câmara nas próximas eleições autárquicas.

Domingos Bragança: “A autenticidade foi o princípio fundamental desta obra”

No seu discurso, Domingos Bragança realçou a importância histórica e simbólica da ponte, sublinhando que a recuperação se guiou por critérios de autenticidade. “A Ponte de Soeiro era uma ponte românica, do tempo medieval, portanto muito antiga, e que se encontrava em ruínas. Em todas as análises e avaliações com as equipas técnicas, dissemos sempre que qualquer recuperação do património, tem que ter autenticidade. E entrou então a Universidade do Minho para esse trabalho.”

“Foi tudo numerado, cada pedra desmontada foi catalogada e recolocada conforme o conhecimento histórico que temos. Este é um exemplo de como o património de Guimarães, riquíssimo, se estende muito para além do centro histórico. Chega a muitas freguesias do concelho, como estas”.

Bragança justificou ainda a presença de António Cunha com o seu papel relevante na valorização do território: “Já atribuímos a Medalha de Ouro da cidade ao professor António Cunha. Como Reitor da Universidade do Minho, teve sempre uma atenção especial a Guimarães e um papel determinante na reabilitação da zona de Couros, que em 2023 passou a ser Património da Humanidade.”

António Cunha: “Parece que foi a natureza que se moldou à ponte”

O presidente da CCDRNorte elogiou a integração da obra na paisagem envolvente, destacando a simbiose entre o património construído e a natureza: “Basta descer até junto do Rio Selho e contemplar o que foi feito. A obra está bonita, está conseguida. Tem uma luz especial e parece quase que, embora tenham sido os homens a construí-la, foi a natureza que se acomodou a ela”, referiu.

“O que estamos a fazer hoje aqui é uma pequena homenagem a um território preservável, a um território com uma história de muitos séculos. A ponte insere-se num antigo caminho real, com a Igreja de Serzedelo ali em cima e o Rio Selho como linha de água central do concelho”, disse António Cunha que acrescentou ue “Guimarães, quando faz, faz bem”.

© Helena Lopes/ Mais Guimarães

Cristiano Ferreira: “Queremos que a ecovia passe por aqui”

O presidente da Junta de Freguesia de Serzedelo, Cristiano Ferreira, destacou a nova qualidade do espaço requalificado e lançou um apelo para o futuro: “Agora dá gosto cá vir passar um pouco de tempo de qualidade. Para além da ponte, Serzedelo também requalificou a margem, nomeadamente o caminho, que agora é de paralelo e de melhor acesso”. “Preservar o património é sempre a nossa bandeira e há ainda coisas por fazer. Por isso, deixo aqui o apelo para que a futura ecovia passe por esta freguesia”.

Também presente, o presidente da Junta de Gondar, Agostinho Faria, sublinhou o orgulho da população local: “A ponte ficou mesmo bonita. Estamos satisfeitos com o resultado. Esta ponte é de todos os povos que por aqui passaram. É uma união, e não uma separação de povos”.

A requalificação da Ponte do Soeiro devolve não apenas uma travessia segura às populações de Gondar e Serzedelo, mas também um “marco histórico e simbólico a todo o concelho”, referiu o presidente da Câmara.