A fibra dos Nicolinos contra a corrente dos dias
Por Eliseu Sampaio.
Por Eliseu Sampaio,
Diretor do grupo Mais GuimarãesDeu uma novela o arranque da edição deste ano das Festas Nicolinas, as festas dos estudantes de Guimarães, a maior das manifestações do bairrismo vimaranense.
Sendo da responsabilidade dos estudantes, que ao longo de quase quatro séculos as organizam e mantém, são baseadas, naturalmente, numa forte irreverência e, por vezes, digamos, uma certa irracionalidade. Mas tudo bem, foi assim que se afirmaram, é assim que são, e talvez por isso a sua força se mantém tão viva como ficou bem provado nestes últimos dias.
Depois de a edição de 2020 ter sido muito limitada pela pandemia da covid-19, este ano, os Nicolinos ansiavam poder voltar às ruas com a vitalidade habitual. Mas a preocupação foi aumentando com os relatos da subida dos casos de covid-19 no país, e em Guimarães também. Mas aqui, em Guimarães, com a realização de eventos como a latada, a receção ao caloiro, diversos espetáculos com alguns milhares do Multiusos, nos estádios de futebol, e com a possibilidade da permanência de pessoas, por vezes às centenas, nos bares, e sem máscara, faziam prever a realização dos números nicolinos, com alguns cuidados e restrições, que seriam naturalmente aceitáveis.
Na sexta-feira ao final da tarde, e depois da notícia de que a Saúde Pública considerava não haver “impedimento legal” para a realização do cortejo, em comunicado, a subcomissão da proteção civil da Câmara Municipal avançou com a decisão da sua não autorização.
Os Nicolinos revoltaram-se de imediato invadindo, acredito que num ato espontâneo e irrefletido, a Assembleia Municipal que decorria no Auditório da Universidade do Minho. Encheram no sábado as ruas da cidade na última moina e esta segunda-feira percorreram, embora sem o pinheiro, levantado excecionalmente pela manhã, as ruas e praças da cidade, demonstrando todo o seu amor às festas e claramente não terem percebido os motivos da não autorização do cortejo.
A pandemia ainda aí está, é inegável, e são necessários muitos cuidados. Desde logo, é necessário melhorar a comunicação e a explicação das decisões, de quem tem obviamente que as tomar.
PUBLICIDADE
Partilhar
PUBLICIDADE
JORNAL
MAIS EM GUIMARÃES
Dezembro 5, 2024
Tiago Castro calou a mágoa e a revolta durante cinco anos. Na verdade, tentou não alimentar um assunto que o mói, que o incomoda, e que o vai acompanhar ao longo da vida.
Dezembro 5, 2024
O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) refere que tem recebido denúncias sobre o funcionamento do serviço de Finanças de Guimarães.
Dezembro 5, 2024
A agenda da próxima sessão ordinária da Assembleia Municipal de Guimarães está agendada para dia 13 de dezembro, no Auditório da Universidade do Minho.