AMEA: Tiago Simães inaugura academia onde “cabem todas as Artes”

Tiago Simães ambiciona que "não seja apenas uma escola de música, mas sim de artes em geral, onde todas as artes se possam cruzar e que daí seja possível a criação de novas sinergias, novos projetos interdisciplinares, novos entendimentos sobre aquilo que andamos cá a fazer”.

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“Sou uma pessoa de impulsos e, apesar de os tempos que correm não serem talvez os mais propícios, decidi avançar”. E assim surgiu a AMEA – Academia de Música e Estudos Artisticos Tiago Simães, que teve a sua inauguração neste sábado, 14 de janeiro. A AMEA localiza-se no Centro Comercial Fundador, na Rua Gil Vicente.

© Eliseu Sampaio/Mais Guimarães

Há já alguns anos que Tiago Simães ambicionava abrir um projecto pedagógico seu, onde pudesse “explorar convenientemente” a parte do ensino que o apaixona, onde os professores e alunos “possam ser mais criativos, onde exista menos pressão, mas nem por isso menos aplicação dos alunos ou profissionalismo dos docentes, onde exista uma vontade de descomplicar, onde os programas sejam feitos à medida do aluno, e não o aluno que se adequa ao programa”.

E, “acima de tudo”, diz Tiago Simães, “que não seja apenas uma escola de música, mas sim de artes em geral, onde todas as artes se possam cruzar e que daí seja possível a criação de novas sinergias, novos projetos interdisciplinares, novos entendimentos sobre aquilo que andamos cá a fazer”.

“A AMEA NÃO PRETENDE SER CONCORRENTE DE NENHUMA OUTRA ESCOLA. PRETENDE SER ALTERNATIVA. PORQUE DE FACTO É ISSO QUE É: DIFERENTE”.

Tiago Simães
© António Simães

E que “artes” cabem dentro da AMEA, esta nova escola?

Tiago Simães diz que “virtualmente todas, já que entende a arte como a expressão de um ideal estético através de uma atividade criadora”. Para o mentor deste projeto, é uma manifestação humana universal que interliga e faz avançar criativamente a sociedade. É uma forma de transmissão de ideias, sentimentos, crenças ou emoções. É uma forma de evolução. Arte é tudo isto. É também uma das melhores formas de aprender o que quer que seja – educação pela arte”.

Assim, todas as artes e formadores que demonstrem ter um plano de ensino baseado em argumentos “artístico-pedagógicos sólidos, terão lugar na AMEA. Estaremos sempre recetivos a docentes e formadores que tenham um carácter diferenciador e que queiram fazer parte deste projeto.” acrescenta.

© Direitos Reservados

Para o arranque do projeto, Tiago Simães diz contar já com professores motivados, “extremamente competentes, experientes e versáteis”, já designados para a maioria das opções artísticas convencionais.

No entanto, refere “se um aluno quer aprender o instrumento x ou a arte y e a escola não tiver essa opção, tudo faremos para encontrar o formador certo”.

Outra questão diferenciadora da AMEA é que haverá a aposta em formações pontuais ao longo do ano, que podem ir de cursos intensivos de um mês até workshops de uma manhã ou tarde, em coisas tão diferentes como Edição de Som, Língua Gestual, Fiscalidade para Artistas, Gestão de Carreira Artística, Estatuto dos Profissionais da Cultura, Musicografia Braille, Discursar em Público, Utilização de Software Pedagogico-Musical, etc… Em breve, adianta, serão anunciadas estas e todas as restantes formações e datas).

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

A AMEA dispõe ainda de Curso de Música, de Iniciação Musical e de muitos outros projetos e soluções pedagógicas, as quais apresentam “diferenças substanciais em relação às escolas convencionais do ensino artístico, vocacional ou não”.

“É URGENTE MUDAR O PARADIGMA: AS ESCOLAS NÃO PODEM FORMATAR, NÃO PODEM SER FÁBRICAS. CREIO QUE HÁ LUGAR PARA A AMEA, NÃO SÓ LUGAR, MAS A NECESSIDADE DE OCUPAÇÃO DESSE LUGAR”.

Tiago Simães
© Eliseu Sampaio/Mais Guimarães

E porquê a AMEA em Guimarães?

Guimarães é cidade de sempre de Tiago, que diz adorar viver cá e não se via a “fazer isto, para já, noutro local”. É também uma “cidade onde as artes continuam a ser bastante valorizadas. Há quem me diga “que sorte vocês têm em Guimarães por haver tanta coisa a acontecer”.

Mas não se trata de sorte. Há grande mérito dos imensos artistas, de todas as áreas, que continuam sempre, de forma resiliente, a produzir conteúdos, das inúmeras associações culturais, da população pró-activa e artisticamente cada vez mais próxima e informada e claro, das opções políticas para a cultura, que especialmente desde 2012 têm sido certeiras q.b. e apontadas a um futuro culturalmente inclusivo”, justifica.

Tiago Simães foi diretor pedagógico do Conservatório de Música de Felgueiras entre 2007 e 2015 e criou em 2013, enquanto membro da direcção do Convívio, a Escola de Jazz do Convívio, em Guimarães.

Tem, portanto, alguma experiência no contexto educacional, do ponto de vista da gestão e criação de condições para a prática escolar. No entanto, salvaguarda, numa associação ou, ainda mais, numa escola pública, “há sempre inúmeras outras questões, burocracias, opções diferentes, regras e programas, que têm de ser cumpridos e ponderados, intra e extra-escola, e que tendem a dificultar o processo criativo e a própria celeridade do processo pedagógico e escolar”. 

© Eliseu Sampaio/Mais Guimarães

Depois de um 2022 “um pouco alucinante” para o mentor deste projeto educativo, o 2023 “não parece estar mais calmo”, adiantando que às vezes é difícil conciliar tudo e lidar com a ansiedade e com as contrariedades que frequentemente aparecem na vida de quem vive apenas da arte.” Mas, como alguém disse, termina Tiago: “a vida não é esperar que a tempestade passe, é aprender a dançar à chuva”.

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