A empresa de calçado AMF, sediada em Guimarães, está a ponderar procurar novas localizações para alargar o seu negócio. Em causa está um investimento de 10 milhões de euros que poderá ser realizado fora do concelho de Guimarães no qual a empresa considera “inviável comprar terrenos industriais”. A notícia foi avançada esta sexta-feira, pelo Jornal Económico, que detalha ainda que a empresa emprega atualmente 155 pessoas e fechou 2022 com uma faturação de 17,2 milhões de euros.

A empresa equaciona agora adquirir terrenos em Vila do Conde onde já efetuou investimentos anteriormente, por dificuldades “da empresa poder crescer em Guimarães”, devido à “escassez de terrenos industriais”.
A concelhia do PSD considera que este é “mais um exemplo do insucesso da política económica do município de Guimarães”. “Infelizmente andamos há muito anos a alertar para a perda de atratividade do nosso Concelho, que em grande medida se deve à ausência de atuação da Câmara em criar condições para atrair investimento e apoiar as empresas locais a expandirem os seus negócios “, afirma o líder do PSD de Guimarães em comunicado.
Ricardo Araújo lembrou que tem “criticado sucessivamente a Câmara e o PS por não criarem parques industriais e zonas específicas para implantação e expansão das empresas”, o que estará a resultar na “perda de investimento e perda de postos de trabalho”.
O partido recordou “ainda que recentemente na reunião do executivo municipal, em resposta a uma
intervenção do vereador do PSD Bruno Fernandes, o Presidente de Câmara e a Vereadora do Urbanismo afirmavam que não faltavam espaços para implantação de empresas e que nenhuma deixava de investir em Guimarães por falta de espaço”.
Nessa altura, Bruno Fernandes questinou o executivo sobre que áreas de acolhimento empresarial estão disponíveis para atualmente, ao que Domingos Bragança respondeu que Guimarães “tem áreas para localização industrial”. “Só no Ave Park existem cerca de 60 hectares disponíveis. Uma parte é pública, do município, e outra parte é privada”, explicou o presidente da Câmara Municipal, acrescentando que “a disponibilidade de terrenos não tem que ser pública”.
Para Ricardo Araújo, a intenção de investimento da AMF vem contrariar “as declarações do
Presidente da Câmara e da Sra. Vereadora, que parecem viver num cenário de realidade virtual e aumentada”, diz Ricardo Araújo.
Na mesma nota de imprensa, o PSD de Guimarães assegurou que “tem batalhado pela criação de uma agência de Investimento em Guimarães “e vincou que “o município pode e deve ter um papel importante, ativo na transição e promoção do desenvolvimento económico de Guimarães”.
Desta forma, considera urgênte a criação de “instrumentos e equipas qualificadas dedicadas ao apoio aos empresários locais, à captação de investimento direto estrangeiro, à diplomacia económica, à promoção do empreendedorismo, a promover a cooperação entre a Universidade e as
empresas, à atração e fixação de talento jovem”.
“A Câmara de Guimarães há muito que devia ter requalificado os nossos parques industriais e investido na criação de novas zonas de implantação industrial, com boa acessibilidade”, finaliza o presidente da concelhia do PSD.