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As escolas não podem ser transformadas em lugares de guerra

Por Eliseu Sampaio.

Eliseu sampaio

Por Eliseu Sampaio,
Diretor do grupo Mais GuimarãesNo instante em que reabrem as escolas, em que alunos e professores se preparam para regressarem às salas de aulas, contamos nesta edição da Mais Guimarães algumas histórias de vidas marcadas pelo amor ao ensino. Um amor difícil de manter e suportar, pelo tratamento que é dado à profissão, como pudemos confirmar.

Revendo-me por completo na mensagem de Valter Hugo Mãe, que recentemente se debruçou sobre este assunto, deixo aqui parte desse texto e das suas ideias sobre a importância dos professores, e sobre a forma como este país os trata, há demasiado tempo. Vale a pena pensarmos nisto.

“Os professores são extensões óbvias dos pais, dos encarregados pela educação de algum miúdo, e massacrá-los é como pedir que não sejam capazes de cuidar da maravilha que é a meninice dos nossos miúdos, que é pior do que nos arrancarem telhas da casa, é pior do que perder a casa, é pior do que comer apenas sopa todos os dias.

Estragar os nossos miúdos é o fim do mundo. Estragar os professores, e as escolas, que são fundamentais para melhorarem os nossos miúdos, é o fim do mundo. Nas escolas reside a esperança toda de que, um dia, o mundo seja um condomínio de gente bem formada, apaziguada com a sua condição mortal mas esforçada para se transcender no alcance
da felicidade. E a felicidade, disso já sabemos todos, não é individual. É obrigatoriamente uma conquista para um coletivo. Porque sozinhos por natureza andam os destituídos de afeto.

As escolas não podem ser transformadas em lugares de guerra. Os professores não podem ser reduzidos a burocratas e não são elásticos. Não é indiferente ensinar vinte ou trinta pessoas ao mesmo tempo. Os alunos não podem abdicar da maravilha nem do entusiasmo do conhecimento. E um país que forma os seus cidadãos e depois os exporta sem piedade e por qualquer preço é um país que enlouqueceu. Um país que não se ocupa com a delicada tarefa de educar, não serve para nada. Está a suicidar-se. Odeia e odeia-se.” Valter Hugo Mãe, escritor.

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