No sábado e no domingo, 28 e 29 de outubro, às 21h30, o Teatro Oficina invade o Centro, na companhia dos Velhos Nicolinos e da Outra Voz, para desvendar a sua mais recente criação, “Auto das Máscaras”, um espetáculo que é um percurso assombrado por um museu com o mundo lá dentro.João Pedro Vaz, diretor artístico do Teatro Oficina, fala da vontade de fazer uma criação a partir das máscaras de José de Guimarães, que estão expostas no Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) e que despertam “instintos performativos”. “São máscaras usadas em rituais”, refere o diretor artístico, acrescentando que “não é propriamente um espetáculo de teatro. É por isso que lhe chamo ‘Auto’”.

Com a inspiração do grupo comunitário de “Outra Voz” e de um grupo que “estivesse ligado a um ritual de passagem vimaranense”, como as Nicolinas, a que ligou as Máscaras de José de Guimarães, João Pedro Vaz juntou cerca de 104 participantes, num processo “partilhado por toda a gente”.

“É preciso estar lá um pouco antes do espetáculo”, deixou o convite o responsável, garantindo que “ninguém vai ficar imóvel, nem os participantes nem o público”. “As pessoas têm de se preparar para dar uma volta pelo museu, mais ou menos assombrada”, explica.

Começa na praça da Plataforma das Artes e da Criatividade, vai à Sala das Magias do Centro Internacional das Artes José de Guimarães e termina no escuro da Black Box, em uníssono. Todo o Centro fica possuído de sons e danças, textos que são preces de inverno, poemas breves, revelações. Tomando as máscaras da coleção de José de Guimarães como objetos profanos, os bravos rapazes de Guimarães e a Outra Voz juntam-se ao Teatro Oficina para representar um novo auto, que vale por todos os rituais de passagem.

Os bilhetes para o espetáculo “Auto das Máscaras” já se encontram à venda, podendo ser adquiridos nas bilheteiras habituais.Fotografia: @ Vasco Célio Stills