Bárbara Tinoco: “Os compositores vivem para sempre dentro das suas canções”

Entrevista publicada na edição de outubro da revista Mais Guimarães.

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Mesmo com medo de tocar para apenas seis pessoas, como diz muitas vezes, Bárbara Tinoco subiu ao palco do Multiusos de Guimarães. O público esperava-a ansiosamente enquanto observava um cenário cheio de gatos, um carro pendurado, balões, e um aviso: “Neste concerto dizem-se palavrões. Por favor, não alimentar os gatos. Cantem todas as músicas que souberem, as outras também”.

© Cláudia Crespo / Mais Guimarães

Quem é que escreve tampões numa música?

Quando escrevi, admito que estive quinze minutos para conseguir cantar essa palavra à frente da minha banda, que são só homens, praticamente. Mas eu costumo dizer que as minhas canções mais importantes, ou aquelas que pelo menos eu acho mais importantes, são aquelas que são desconfortáveis e que, por vezes, são difíceis de cantar. Não são aquelas que são muito bonitas e que toda a gente pode ouvir, desde as crianças aos adultos. Essas são fáceis, e as canções fáceis também existem e são boas, mas as canções desconfortáveis são importantes. Não sei porquê, mas é importante dizer tampões numa música, ainda vou descobrir, mas acho que é.

Apresentaste o novo single, “Chamada Não Atendida”. Podemos esperar um novo álbum?

Para o ano vou fazer o Campo Pequeno e o Super Bock Arena, em março. Antes disso, vou lançar o meu segundo disco. Estou a trabalhá-lo e a pensá-lo. Estou a matar-me para fazer esse disco, mas estou a fazê-lo. “Chamada Não Atendida” é o primeiro single e espero que todos gostem, porque é muito honesto.

© Cláudia Crespo / Mais Guimarães

Vai ser um disco, como “Desalinhados” e “Bárbara,”, em que te vamos passar a conhecer um bocadinho mais?

Eu acho que sim, pelo menos toda a gente está a ler os meus segredos.

Trouxeste a tua melhor amiga a palco…

É verdade. Não é nada aquela coisa de “duas famosas amigas”. Nós somos mesmo melhores amigas.

Como é que é dividir o palco com uma pessoa tão especial, numa noite em que te fizeste acompanhar também pelos teus meninos do The Voice?

Eu acho que quando as pessoas passam muito tempo com outras pessoas muito talentosas, tendemos a desvalorizar. Começa a ser comum para nós e, às vezes, esquecemo-nos que aquela pessoa é assim tão especial. Só que há certas pessoas que não dá para esquecer que elas são assim especiais, tal como a Carolina Deslandes. Todos os dias, de uma forma ou de outra, eu lembro-me que ela é especial. Tenho pensado muito que ela é mesmo a minha cantora preferida, que é mesmo a minha compositora favorita, que já me ensinou imensas coisas e que me inspira imenso.

Cada vez que estamos juntas, acabamos por nos influenciar uma à outra. Eu sei que fui muito influenciada pela Carolina e sou-lhe eternamente grata por todas as coisas que ela me ensinou, nomeadamente sobre o que é ser mulher numa indústria e sobre o que é ser uma mulher artista, porque ela foi a primeira e porque ela passou por muitas coisas. Aquilo que ela me ensinou fez com que eu não passasse por tantas coisas más e me protegesse mais.

© Cláudia Crespo / Mais Guimarães

Disseste uma coisa muito bonita no concerto: “os compositores vivem para sempre nas canções que fazem”. Que mensagem é que gostavas de deixar?

Acho que esta é sempre uma boa mensagem para terminar, acredito mesmo nisso. Hoje fizemos uma homenagem a um músico e compositor que morreu, o Miguel Faria. Acredito mesmo que os compositores e as pessoas para quem eles escrevem canções vivem para sempre dentro das suas canções. Portanto, todos os otários que eu namorei antes do Fiodor vivem para sempre, infelizmente [risos].

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